Na CPMI, ministro defende atuação da CGU e nega “demora” em investigações

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O ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinícius de Carvalho, negou nesta quinta-feira (2) que houve demora na atuação do órgão para as investigações e combate das fraudes em benefícios no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ele compareceu à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que apura as irregularidades nos descontos em folha de aposentados e pensionistas.“Discordo de qualquer pessoa que diga que a CGU, na atual gestão, demorou. Foi feita uma auditoria com três relatórios e a investigação da Polícia Federal em menos de um ano. Desde que começamos isso, no começo de 2024, até o primeiro pedido da Polícia Federal ao Judiciário, em dezembro ainda de 2024, é menos de um ano”, disse. Leia Mais Congresso pede ao STF que mudança em vagas na Câmara não valha em 2026 MPF pede arquivamento de inquérito sobre prisão de depoente na CPMI STF mantém prisão preventiva de Careca do INSS e Maurício Camisotti O esquema de descontos associativos irregulares foi revelado a partir das investigações da CGU em parceria com a PF (Polícia Federal). A Operação Sem Desconto, realizada em abril, revelou o caso e o rombo estimado de cerca de R$ 6 bilhões.“Uma operação que envolveu quase 300 servidores da CGU e 800 policiais. Se isso não é investigar com rapidez, com presteza e com eficiência, eu não sei o que é. E 90 dias depois da operação nós já estávamos começando o ressarcimento dos aposentados e pensionistas. Isso não é pouca coisa”, defendeu o ministro.Para o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), ainda é necessário esclarecer porque denúncias anteriores não foram investigadas antes.“A principal pergunta que nós queremos ter respondida na sessão de hoje é por que as denúncias começaram já em 2016, ampliaram no ano de 2022, chegaram em grande quantidade, inclusive, os milhões desviados da aposentadoria em 2023 e providências só foram tomadas em 2024 e a suspensão foi feita somente em 2025 já nesse ano depois da Polícia Federal”, disse o senador a jornalistas.Na reunião, o chefe da CGU também foi questionado sobre ter alertado o Executivo sobre as fraudes. Ele afirmou que não levou a questão para o “governo central” por se tratar de um inquérito sigiloso.“Era a minha obrigação funcional não revelar dados que pudessem ser utilizados numa investigação para ninguém. Eu mesmo tinha acesso a quase nada do que era investigado, exatamente por conta disso. Eu tive acesso aos relatos da nossa auditoria. O trabalho da Polícia Federal era um trabalho da Polícia Federal, em conjunto com a equipe técnica da CGU e, como inquérito sigiloso, ele deveria seguir desse jeito”, declarou.Descontos associativosQuestionado pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre ser favorável ou não aos descontos associativos, o ministro afirmou que o mecanismo é suscetível a fraudes sem o devido controle.“Os relatórios da CGU apontam que sem um sistema de biometria, um sistema de fiscalização adequado que garanta a integridade de todo esse processo não é possível garantir que os descontos associativos sejam imunes às fraudes. Eu concordo com essa visão”, declarou.Ele disse ainda concordar com a suspensão dos descontos realizados no modelo atual. “Concordo com a visão de manter suspensos [os descontos] até que ou se decida por não realiza-los ou se constitua um sistema que gere uma imunidade para que esses descontos sejam adequados”, disse.