Em depoimento à CPMI do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) nesta quinta-feira (2), o ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinicius Marques de Carvalho, rebateu acusações e defendeu a atuação da pasta em meio ao escândalo de fraudes a aposentadorias e pensões.O ministro reforçou, durante o depoimento, que a CGU atuou em conjunto com a PF (Polícia Federal) nas investigações que desarticularam o esquema de descontos associativos ilegais. A oposição, entretanto, aproveitou a oitiva para tentar colar o escândalo ao governo. Leia Mais Benefício pago a pescadores pelo INSS é alvo de investigação, diz ministro Chefe da CGU diz que Moro poderia ter combatido fraudes na gestão Bolsonaro Ministro diz que em prol de sigilo não alertou governo sobre fraude no INSS Vinícius de Carvalho, ao ser questionado sobre uma suposta demora em informar a fraude ao governo, destacou que as investigações estavam sob sigilo. “Era a minha obrigação funcional não revelar dados que pudessem ser utilizados numa investigação para ninguém. Eu mesmo tinha acesso a quase nada do que era investigado, exatamente por conta disso”, frisouA oitiva ainda foi marcada por momentos acalorados, por exemplo, quando o ministro disse ao colegiado que as denúncias contra fraudes no INSS poderiam ter sido investigadas ainda na gestão do então ministro da Justiça Sergio Moro, durante o governo de Jair Bolsonaro.Outra tensão ocorreu quando parlamentares de oposição se exaltaram após Vinicius de Carvalho elogiar o trabalho técnico da CGU que permitiu identificar a fraude no cartão de vacina de Bolsonaro.“Foi a equipe técnica da CGU que o senhor tanto elogia, e merece mesmo elogio, que descobriu a fraude da carteira de vacinação do presidente Jair Bolsonaro. E isso permitiu com que o doutor Mauro Cid fosse preso e a delação dele gerasse o que gerou. Porque é a mesma equipe técnica da CGU”, lembrou.Novas oitivasPara a próxima segunda-feira (6), o presidente da CPMI do INSS, Carlos Viana (Podemos-MG), disse que está marcado o depoimento do economista Fernando Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians. O colegiado ainda tenta alinhar uma data para a oitiva do ex-ministro Onyx Lorenzoni.Carlos Viana destacou ainda que a secretaria da comissão tem tido dificuldade em marcar datas para o comparecimento à CPMI dos convocados. Ele, então, antecipou, que caso não tenha sinal positivo desses nomes, vai autorizar que a Advocacia do Senado a solicitar à Justiça a condução coercitiva de todos aqueles que foram convocados.