A coluna obteve acesso exclusivo a vídeos de câmeras de segurança que mostram Alex Sandro Silva Santos, 32 anos, mais conhecido como “Mudinho” — suspeito de se infiltrar no jogo on-line “Free Fire” para atrair adolescentes até sua casa e estuprá-los — sedando as vítimas antes de cometer os crimes sexuais.As imagens foram gravadas por câmeras instaladas pelo próprio investigado nos cômodos da residência em que ele morava, em Coari (AM). Leia também Mirelle Pinheiro Professor é preso no DF após “beijar” parte íntima de menina de 4 anos Mirelle Pinheiro Vídeo: PMs invadem casa e salvam casal feito refém por bandidos Mirelle Pinheiro Vídeo mostra Hungria cantando e bebendo com amigos antes de passar mal Mirelle Pinheiro Prefeito do PT ataca religiões africanas: “Se passam por bons” Nos vídeos, é possível ver o momento em que ele usa agulhas para injetar sedativo em veias dos braços dos garotos. Conforme apurado pela coluna, ele conquistava a confiança dos menores por meio de promessas de presentes e mentia afirmando que os medicamentos eram para evitar gripe.As imagens foram obtidas pela Polícia Civil do AM e revelaram o modus operandi cruel do homem. Segundo o diretor do IML, perito e médico legista, Sérgio Machado, as substâncias injetadas nas vítimas têm alto potencial sedativo, podendo adormecer adolescentes por até 24 horas.Veja a ação: “Se tratam de remédios que causam uma sonolência de 24 horas, ou seja, a pessoa vai perder um pouco da força e da reação, e ainda tem o agravante que podem causar amnésia. Nesse caso, houve a sorte do adolescente recordar o que aconteceu, mas tem gente que pode não ter o mesmo benefício”, explicou o diretor do IML.Responsável pelo caso, o delegado Paulo Mavignier, diretor Departamento de Polícia do Interior (DPI, há 10 inquéritos policiais pelos crimes de estelionato contra Alex Sandro. Ele também é investigado por se passar por um médico.Os medicamentos aplicados nos adolescentes são de uso exclusivo hospitalar, não sendo vendidos em farmácia. Ainda conforme o delegado, as investigações irão continuar para apurar se há outras possíveis vítimas do autor, bem como a participação de um técnico de enfermagem que ajudou o homem a ter acesso às substâncias em um hospital de Coari.Primeiro caso descobertoO primeiro crime foi descoberto após a mãe da vítima perceber que ele aparentava não estar bem e que estava passando boa parte do dia sonolento. Ela verificou que ele tinha várias lesões nas partes íntimas.O adolescente foi levado ao hospital regional de Coari, onde foi constatado que ele havia sido estuprado.A polícia civil de Coari colheu informações e ouviu o depoimento da vítima, além de se basear em exames de conjunção carnal e no exame de corpo de delito.No hospital, os profissionais perceberam que o garoto tinha perfurações por agulhas na região do braço. Naquela altura, o adolescente já estava sem frequentar a escola há semanas, devido às altas doses do medicamento a que foi submetido.Segundo o delegado José Barradas Jr, “Mudinho” conheceu a vítima por meio do jogo on-line chamado “Free Fire”. Após conquistar a confiança do adolescente, ele o chamou para jogar na sua casa, com a intenção de cometer o abuso.Durante o cumprimento dos mandados de prisão e busca, os investigadores encontraram, na casa do suspeito, diversos medicamentos controlados, seringas, receitas de uso controlado, além de medicamentos utilizados para drogar as vítimas.As investigações apontam que os responsáveis pelas vítimas não tinham conhecimento dos abusos.O suspeito foi preso no último domingo (28/9) em sua residência, no bairro Urucu, em Coari, e responderá pelo crime de estupro de vulnerável.