O ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, afirmou que vai processar os advogados do Jockey Club após ser chamado de “antropoide desvairado” no pedido de recuperação judicial da entidade.No documento de março de 2025, o Jockey questiona a atuação de Leite e da Prefeitura de São Paulo contra a manutenção da entidade. Os advogados Hoanes Koutoudjian, João Boyadjian, Vicente Paolillo e José Mauro Marques afirmam que a instituição foi alvo de “terrorismo estatatal” e de um golpe que tentou ocupar o hipódromo à força. “Valendo reproduzir a advertência jornalística promovida pelo vereador citado, qual antropoide desvairado, verberava: ‘proprietários de cavalos, tirem seus cavalos de lá, porque serão presos’”, diz a peça.Conforme o dicionário, antropoide se refere àquilo que tem semelhança de forma com o Homem e, na zoologia, representa as famílias de primatas que incluem macacos como chimpanzés, gorilas e orangotangos. Leia também São Paulo Justiça suspende dívidas e aceita recuperação judicial do Jockey Clube Na Mira Homem é esfaqueado em tentativa de roubo perto do Jockey Club São Paulo TJSP suspende lei que proibia corrida de cavalos no Jockey Club de SP São Paulo Jockey reage a veto a corridas: “Cavalos são atletas de performance” Em nota, Milton Leite afirmou que, passada a discussão sobre os méritos da ação judicial, reavaliou a maneira como foi citado. Além da ação criminal por racismo, ele disse que vai representar os profissionais na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).“Como homem negro que lutou a vida toda contra a discriminação, e que na função de presidente da Câmara Municipal de São Paulo cassou um vereador por racismo pela primeira vez na história, jamais me calarei diante de tamanho crime e absurdo”, disse Leite. “Lamento que, na intenção de defender seu cliente, tais advogados tenham ultrapassado os limites da ética, do respeito e da legalidade”, concluiu.Procurados, os advogados do Jockey Club não se manifestaram até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.8 imagensFechar modal.1 de 8Jockey Club de São PauloDivulgação2 de 83 de 8Pista do Jockey Club diegograndi/Getty Images4 de 8Pista de turfe do Jockey Club de São PauloDivulgação/Governo do Estado de São Paulo5 de 8Jockey Club de São Paulo Reprodução Jockey Club6 de 8Vereador Milton Leite (União), presidente da Câmara de São PauloRichard Lourenço/Rede Câmara7 de 8O presidente da Câmara Municipal de SP, Milton LeiteCâmara Municipal de São Paulo8 de 8Vereador Milton LeiteAfonso Braga/Câmara Municipal de SPRecuperação judicial do Jockey ClubO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) aceitou o pedido de recuperação judicial do Jockey Club de São Paulo, que tem dívidas milionárias após uma crise financeira se agravar na pandemia de Covid-19.As cobranças serão suspensas por seis meses, e o clube terá 60 dias para apresentar um plano de recuperação e evitar a falência.O Jockey sofre pressão da Prefeitura de São Paulo, que possui outros planos para o clube. Uma tabela anexa ao projeto de lei da revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo, aprovado pela Câmara Municipal em 2023, autoriza a administração municipal a criar um parque público no local.Segundo avaliação da prefeitura, a área onde o clube está instalado desde 1941 corresponde a R$ 95 milhões para abater parte da dívida com IPTU. O clube contestou o valor, alegando que o espaço vale muito mais.