O YouTube anunciou o início das operações do YouTube Shopping no Brasil, em parceria com os marketplaces Mercado Livre e Shopee. A integração marca a chegada oficial do Programa de Afiliados da plataforma ao país e permitirá que criadores indiquem produtos em vídeos, transmissões ao vivo, Shorts e posts, com link direto para compra nos sites dos varejistas.Segundo a empresa, o modelo já reúne mais de 500 mil criadores afiliados em todo o mundo. No Brasil, a primeira fase será conduzida em formato de Trusted Testers, com um grupo inicial de criadores. A expectativa é de que o acesso seja expandido para todos os elegíveis ainda em 2025.Para participar, é necessário integrar o Programa de Parcerias do YouTube, ter ao menos dez mil inscritos e atender critérios adicionais de elegibilidade. Os influenciadores receberão comissão sobre vendas concluídas a partir dos links destacados, mas os percentuais não foram divulgados.Mercado Livre é um dos parceiros do serviço no início de seu funcionamento no Brasil (Imagem: Miguel Lagoa/Shutterstock)Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, destacou a importância da iniciativa: “O objetivo é aproximar a descoberta de produtos do momento da compra, em múltiplos formatos e dispositivos, inclusive na TV conectada, que já faz parte do hábito de milhões de brasileiros. Estamos trazendo o Programa de Afiliados do YouTube Shopping para um dos ecossistemas de criadores mais vibrantes do mundo.” Ele ressaltou ainda que o Brasil é considerado um mercado prioritário para o YouTube na área de comércio digital.Clarissa Orberg, head de parcerias do YouTube, reforçou o impacto da novidade: “A chegada do Programa de Afiliados do YouTube Shopping ao Brasil é um marco importante. Apenas em 2024, o YouTube contribuiu com R$ 4,94 bilhões para o PIB [Produto Interno Bruto] nacional. A integração do Mercado Livre e da Shopee como nossos primeiros parceiros amplifica ainda mais essa economia de criadores que estamos desenvolvendo.”Entre os parceiros, Felipe Piringer, head de marketing da Shopee, afirmou: “Com a expansão do YouTube Shopping para o Brasil, estamos entusiasmados em ajudar os lojistas brasileiros a se conectarem com mais criadores e potencializar suas vendas. Essa colaboração também abre oportunidades para os mais de cinco milhões de participantes do nosso Programa de Criadores e Afiliados monetizarem seus conteúdos enquanto promovem produtos que ressoam com seus públicos.”Renata Gerez, head de social commerce do Mercado Livre, também ressaltou a relevância da integração: “A chegada do YouTube Shopping ao Brasil marca um novo capítulo para o comércio digital e o Mercado Livre tem orgulho de ser um dos parceiros nessa estreia. Nosso sortimento amplo, presença das grandes marcas, segurança e a entrega mais rápida do país garantem que afiliados e criadores tenham as melhores condições para gerar renda com confiança. O crescimento de 310% no nosso programa no último trimestre reforça nosso compromisso com a creator economy.”Leia mais:YouTube: como mudar configurações de privacidade dos vídeosYouTube Create: como editar vídeo em 5 passosYouTube aceita pagar Trump por excluir sua conta em 2021Outra parceira é a Shopee, mas o YouTube já está atrás de outras empresas para ampliar esse leque (Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock)Crescimento do social commerceO lançamento ocorre em meio à expansão do mercado de social commerce no Brasil;Segundo o relatório Brazil Social Commerce Market Intelligence and Future Forecast 2021-2030, o setor deve movimentar US$ 4,1 bilhões (R$ 22,1 bilhões, na conversão direta) em 2025, com alta anual de 16,1%. A previsão é de que alcance US$ 6,9 bilhões (R$ 36,8 bilhões) até 2030, mantendo crescimento médio de 10,7% ao ano;Esse avanço é impulsionado pela alta penetração das redes sociais — mais da metade da população brasileira é usuária ativa — e pela mudança de comportamento dos consumidores digitais;Além do YouTube, TikTok e Instagram também competem no segmento. O TikTok Shop, por exemplo, já ampliou espaço no país oferecendo subsídios a vendedores e influenciadores.O YouTube aposta em diferenciais, como a escala global de criadores, a integração com múltiplos formatos (vídeos longos, curtos e transmissões ao vivo) e o alcance da TV conectada, que já reúne cerca de 75 milhões de espectadores adultos no Brasil. Dados da Kantar Ibope Media indicam que a plataforma cresceu 21% nesse ambiente em 2024, chegando a 11,9% do consumo de vídeo, à frente de canais tradicionais, como o SBT.Segundo Coelho, a estratégia do YouTube vai além da inserção de links. “Funciona tanto em vídeos longos quanto em curtos, aproveita a nossa base global de criadores e tem um diferencial óbvio, que é a própria marca YouTube. O lançamento do Shopping mostra que conseguimos entregar desde awareness até conversão no mesmo ecossistema.” Ele também destacou o uso de inteligência artificial (IA) para recomendar momentos ideais de exibição de produtos em conteúdos como tutoriais e unboxings.TikTok Shop é um dos principais rivais do YouTube Shopping (Imagem: Kumalala/Shutterstock)Próximos passos do YouTubeO Google afirma que novos parceiros estão em negociação para aderir ao YouTube Shopping, incluindo marcas e fabricantes que não operam como marketplaces. O modelo, segundo Coelho, não substitui o portfólio publicitário da plataforma, mas o complementa, criando novas alternativas de receita.A expansão do Shopping se soma a outras iniciativas recentes do YouTube no Brasil, como o Teatro YouTube, transmissões esportivas do Paulistão e do Brasileirão, além de projetos musicais, como o Tiny Desk. “O YouTube é palco da cultura digital e física. Ao integrar o Shopping, ampliamos as formas de monetização dos criadores e oferecemos ao mercado soluções que unem entretenimento, influência e comércio”, concluiu Coelho.O post YouTube Shopping desembarca no Brasil; Mercado Livre e Shopee são parceiros apareceu primeiro em Olhar Digital.