Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foi detido na Itália nesta quarta-feira (1º), mas acabou sendo liberado pouco tempo depois.Segundo a defesa de Tagliaferro, a Justiça italiana reteve o passaporte dele e restringiu a saída da cidade onde ele está.A saída só será permitida com autorização de um juiz local. Leia Mais: Moraes manda verificar violações de tornozeleiras de Brazão e Silveira STF publica edital com notificação a Eduardo Bolsonaro Moraes revoga bloqueio de redes sociais de Carla Zambelli Em nota encaminhada à CNN, os advogados afirmam que o ex-assessor foi procurado pela Justiça local para saber sobre o processo de extradição.Ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Tagliaferro foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo vazamento de mensagens trocadas entre servidores do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.Ele está na Itália há alguns meses. Em agosto, Moraes pediu a extradição do ex-assessor acusado de vazar dados sigilosos. O Ministério da Justiça informou que enviou solicitação ao Itamaraty em 20 de agosto, para formalização junto ao governo da Itália.Leia a íntegra:“Na tarde de hoje, na Itália, o Sr EDUARDO TAGLIAFERRO foi surpreendido ao ser procurado pela Polícia Italiana, em sua residência, para tomar ciência da existência de um processo de extradição vinculado à Pet 12936, que teve origem no Inquérito 4972, em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal. Ao que parece, trata-se de expediente cautelar criado em 31.07 deste ano, conjuntamente com a ordem de bloqueio de suas contas bancárias e um suposto pedido de prisão, em razão dos vazamentos de graves conteúdos sobre o gabinete do Min Alexandre de Moraes (TSE/STF) divulgados em matérias jornalísticas pelo jornal Folha de São Paulo. O Sr TAGLIAFERRO, voluntariamente, entregou todos os seus documentos, comprometesse a não sair da cidade em que está residindo e agora está seguro em, no momento processual oportuno, demonstrar que estes expedientes são arbitrários, impertinentes e, por consequência, absolutamente ilegais. Por fim, registramos que adotaremos as medidas jurídicas cabíveis, no Brasil e na Itália, para esclarecer os fatos com total respeito pelas Cortes e confiança na Justiça.”AcusaçõesTagliaferro apresentou denúncia em audiência por videoconferência na Comissão de Segurança Pública do Senado no começo de setembro, afirmando que Moraes teria adulterado documentos para justificar operações da PF (Polícia Federal).Segundo relato do perito Tagliaferro, que atuava no TSE quando Moraes comandava o tribunal, ele teve que produzir um documento posterior a uma ação policial, mas houve adulteração na data para indicar que o material técnico teria sido produzido antes.Ele sustenta que a data foi alterada porque Moraes não queria que parecesse que a PF fez busca e apreensão em alvos apenas por conta de uma notícia de imprensa veiculada na época.Moraes rebateu as acusações feitas por seu ex-assessor. Em nota divulgada por sua assessoria no início de setembro, o ministro disse que todos os procedimentos de investigação foram realizados de forma regular.O perito sustenta, ainda, que a assessoria do TSE foi acionada para recolher dados e que estes foram repassados as autoridades competentes.