Jovem remove tatuagem de Bolsonaro da testa e tira foto com Gagliasso

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O ano era 2022 e o país vivia outro cenário político.  Então, aos 17 anos, João Carlos da Silva, um adolescente de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, decidiu aceitar um desafio inusitado e polêmico. Movido pela audácia típica da idade, e por uma aposta entre amigos, tatuou na testa o sobrenome do então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL). O “incentivo”? Mil reais, quantia que, à primeira vista, parecia vantajosa.Mas a escolha rapidamente se transformaria em arrependimento. “Precisei esperar cicatrizar para depois começar o processo de remoção”, lembra João, que conversou com a coluna nesta quarta-feira (1º/10).Atualmente com 20 anos, o rapaz trabalha como frentista no Rio de Janeiro, sem qualquer sinal do “Bolsonaro” em sua testa. Na época, o dinheiro recebido não foi suficiente, sequer, para o início do tratamento a laser. Para remover completamente o sobrenome do ex-presidente do rosto, ele precisou de um pacote de sessões que custou R$ 3,5 mil. Leia também Fábia Oliveira Pastora revela tatuagem em homenagem e Hytalo Santos: “Me arrependi” São Paulo Homem faz ataque a tiros em estúdio de tatuagem e mata cliente. Vídeo Ciência Tatuagem removível detecta droga na bebida em 1 segundo Mirelle Pinheiro Homicídio: MP denuncia médico que anestesiou influencer para tatuagem A solução veio de onde menos ele esperava: os próprios amigos que o incentivaram. Eles organizaram uma vaquinha para bancar a remoção, e só assim João conseguiu se livrar da tatuagem que o acompanhou por cerca de 15 dias. “Mesmo assim, só consegui juntar R$ 2,7 mil. O resto saiu do meu bolso e do meu tatuador”, recorda-se.Tatuagem viralizouO episódio não ficou restrito à roda de amigos. O vídeo que mostrava o momento da tatuagem, feito pelo tatuador Leo Caberna, de Belford Roxo (RJ), viralizou no TikTok. Nas imagens, era possível ouvir risadas e comentários enquanto o nome “Bolsonaro” era gravado em letras garrafais na testa do adolescente. Logo após, João exibia o resultado, orgulhoso e inconsequente: “Rapaziada, acabei de fazer a tatuagem aqui do Bolsonaro. Muito braba, fé para nós”, dizia ao lado do tatuador, que ainda segurava uma arma de brinquedo.A publicação ultrapassou 19 mil curtidas e 7 mil comentários. Muitos internautas, já naquela época, alertaram: “Ele vai se arrepender”. A previsão se cumpriu em poucos dias. O caso gerou repercussão até no meio artístico. O ator Bruno Gagliasso chegou a se manifestar contra a atitude do jovem. O destino, no entanto, tratou de unir os dois novamente. “Ele abastece o carro no posto em que trabalho e pedi uma foto. Ele foi simpático e me atendeu. Mas eu já estava com a testa limpa. Graças a Deus não ficaram marcas ou cicatrizes”, conta João.A “testa limpa”, inclusive, virou quase um símbolo de recomeço. No ano passado, João voltou a aparecer em fotos com personalidades conhecidas, como o rapper Oruam, o que reacendeu a curiosidade sobre sua história.E a política?Se a tatuagem carregava um peso político explícito, hoje o frentista prefere cautela. Perguntado se votaria em Bolsonaro ou Lula em uma eleição atual, respondeu: “Esse assunto é muito complicado, mas não gosto muito do Bolsonaro”.Curiosamente, a tatuagem que nasceu como uma aposta virou um retrato de arrependimento público e, ao mesmo tempo, uma lembrança de como decisões impulsivas podem deixar marcas — ainda que removíveis.