Ulisses Correia e Silva: «A aceleração dos ODS depende do empoderamento da mulher»

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Na Assembleia Geral das Nações Unidas, Cabo Verde reafirmou o seu compromisso com o multilateralismo, a igualdade de género e o desenvolvimento sustentável. O país foi representado pelo primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, que destacou a urgência de uma reforma do Conselho de Segurança e o papel decisivo das mulheres nos espaços de decisão.Para o líder cabo-verdiano, «a aceleração dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável depende do empoderamento da mulher». «Continuaremos a ser firmes defensores desta causa dentro e fora das Nações Unidas», acrescentou.Na 80ª sessão da Assembleia, que decorre de 22 a 30 de setembro, em Nova Iorque, a manutenção da paz está em foco, numa edição histórica que acontece durante vários conflitos globais.Nesta senda, Correia e Silva defendeu que a ONU deve sair reforçada para atuar como regulador global, mobilizando vontade política para a paz, a justiça climática e os direitos humanos, num mundo marcado por guerras, crises humanitárias e desigualdades crescentes.Ulisses Correia e Silva apelou ao reconhecimento da igualdade de género como pilar estratégico das políticas internacionais e à revitalização da Comissão sobre o Estatuto da Mulher como instrumento central do multilateralismo. Sublinhou também a importância do ‘Pacto do Futuro’ e do ‘Compromisso de Sevilha’ para dinamizar a Agenda 2030, centrada na dignidade humana e na cooperação global.  Cabo Verde como voz ativa nos oceanos e no climaO primeiro-ministro recordou o papel de Cabo Verde como Pequeno Estado-Ilha em Desenvolvimento e como cofacilitador da Declaração de Nice, um compromisso internacional para a sustentabilidade dos oceanos. Saudou a entrada em vigor de acordos históricos sobre biodiversidade marinha e subsídios à pesca, fundamentais para a segurança alimentar.Na ação climática, apelou a compromissos firmes, especialmente dos maiores emissores, para limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC — uma questão que classificou como «de sobrevivência». Destacou ainda a COP30, a realizar-se em Belém, como um momento decisivo para garantir uma resposta justa e ambiciosa. Lamentou a falha em alcançar consenso para um tratado sobre redução da utilização do plástico, reforçando a necessidade de «continuar a insistir». Cooperação e língua portuguesa como elo estratégicoCabo Verde reafirmou a sua pertença à CPLP e o valor da língua portuguesa como instrumento de cooperação estratégica.Ulisses Correia e Silva destacou o papel geopolítico do arquipélago na segurança marítima e no combate ao tráfico e à pesca ilegal, em colaboração com a União Europeia, os EUA e o Brasil. ‘Melhores juntos’De acordo com o tema da Assembleia, ‘Melhores juntos: 80 anos e mais pela paz, desenvolvimento e direitos humanos’ primeiro-ministro defendeu que nenhum país pode enfrentar sozinho os desafios globais.Crises humanitárias de enorme magnitude. Expansão do populismo e do extremismo diante de um sistema estruturado que luta para impor um sistema que elimina fronteiras entre a democracia e autocracia, entre a verdade e a mentira. Este mundo turbulento assiste impotente à aceleração das alterações climáticas ameaçando o planeta Terra e a humanidade. Nenhum país está imune a este movimento disruptivoReafirmou o compromisso de Cabo Verde em ser «uma voz construtiva e um parceiro ativo» no esforço coletivo por um mundo mais justo, sustentável e pacífico. Fotografia: UN Photo/Cia PakO conteúdo Ulisses Correia e Silva: «A aceleração dos ODS depende do empoderamento da mulher» aparece primeiro em Revista Líder.