‘Se decisão fosse hoje, não me lançaria candidato ao Senado’, diz Cláudio Castro

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Bom dia, boa tarde, boa noite, a depender da hora em que você abriu esse e-mail. Sou o editor de Política e Brasil do GLOBO e nessa newsletter você encontra análises, bastidores e conteúdos relevantes do noticiário político.Na última segunda-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), esteve em Brasília para a posse do ministro Edson Fachin como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Aproveitou para conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil) e falar, pela primeira vez, que está desistindo do projeto de se candidatar a uma cadeira na Casa no ano que vem em dobradinha com o senador Flávio Bolsonaro (PL).— Se fosse hoje o dia da tomada da minha decisão, não seria mais candidato ao Senado. Completaria o meu mandato até o dia 31 de dezembro de 2026 — afirma Castro, em almoço na terça-feira, em restaurante na Zona Sul do Rio, onde o provoquei sobre o risco de ficar sem foro privilegiado no ano que vem e a possibilidade de vir a deputado federal ou virar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). — Não farei isso. Acho um downgrade.Leia tambémEleições 2026: “Se preparem para lutar, vamos derrotar vocês outra vez”, diz LulaEm agenda no Pará, presidente diz que quer entregar “o melhor governo que o País já teve” e critica opositoresCastro nega que a decisão tenha relação com a concorrência que vai se formando para a corrida ao Senado. Além do favorito Flávio que buscará a reeleição, outros três nomes relevantes trabalham nos bastidores para entrar na disputa — entre eles, dois deputados federais que já passaram pelo Executivo no estado (o ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella, do Republicanos, e o a ex-governadora Benedita da Silva, do PT) e o segundo colocado na eleição para o Senado em 2022 (o ex-deputado federal Alessandro Molon, do PSB).Na quarta-feira, o deputado federal Washington Quaquá, manda-chuva do PT fluminense, colocou outro nome em pauta para embolar ainda mais a eleição. Em chamada de vídeo com a coluna Radar da revista “Veja”, lançou a candidatura ao Senado do cantor Neguinho da Beija-Flor.— Vamos construir um projeto de desenvolvimento econômico para o estado do Rio que saia da ‘zona sulzinha’, da Praça São Salvador . Neguinho vai ser o primeiro cara do samba a entrar no Congresso Nacional. Vai ter gente de favela no Senado. — defendeu Quaquá.Castro também nega que a decisão de desistir do Senado passe por um acordo feito com o prefeito Eduardo Paes, disposto a fazer um pacto de não-agressão com o governador caso ele fique no comando do Palácio Guanabara até 31 de dezembro do ano que vem e impeça o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, de ser candidato tendo o governo em mãos. Paes, de fato, colocou um freio nos ataques a Castro — palavras como “frouxo” e “sem autoridade” em referência ao governador deixaram de aparecer nos discursos do prefeito nos últimos meses.Castro e Bacelar estão completando 90 dias sem se falar, afirma o governador. Nesse período, o presidente da Alerj se fechou, deu a entender que também desistiria da candidatura a governador, mas a manteve viva. Aconselhado pelo ex-governador Sérgio Cabral, aprovou um pacote de segurança pública no Legislativo e voltou a percorrer o interior.— Conversei e atendi muitos prefeitos. Há um clamor para que realmente a gente possa estar colocando o nome à prova, mas ainda é um trabalho embrionário — disse Bacellar na segunda-feira à emissora “CNN”, em rara manifestação pública sobre o tema nos últimos três meses.Castro não acredita que Bacellar será candidato a governador. Acha que o deputado estadual só quer assumir a sua cadeira para ajudar a eleger deputados estaduais e federais ligados a ele, e que articularia uma vaga para si próprio no TCE fluminense no segundo semestre do ano que vem.A indefinição na oposição sobre os nomes a enfrentar Paes tem aberto espaço para especulações de lançamento de outsiders. O Novo chegou a flertar com o influenciador Italo Marsili — presidente da Faculdade Mar Atlântico e famoso pelos cortes na internet com mensagens de autoajuda —, mas as conversas empacaram. O partido, que terá Romeu Zema como candidato a presidente, agora fala no secretário de Segurança Pública de Minas, Rogério Grecco. O carioca tem passagem pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e pelo Ministério Público mineiro. Outra figura que chegou a ser ventilada como opção no Rio é a do humorista André Marinho, filho de 31 anos do empresário Paulo Marinho, um dos mentores da candidatura de Jair Bolsonaro a presidente em 2018 e hoje suplente do senador Flávio. Procurado, Marinho confirma as conversas, mas afirma estar feliz com a atuação profissional na “Jovem Pan”.Sem qualquer interesse em eleger um sucessor, Castro foca hoje na coordenação de uma campanha presidencial da direita no Rio no ano que vem. Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Ratinho Jr. (PSD), são os seus nomes preferidos. E virar ministro de algum deles a partir de 2027 uma hipótese muito bem-vinda. The post ‘Se decisão fosse hoje, não me lançaria candidato ao Senado’, diz Cláudio Castro appeared first on InfoMoney.