Aos 40 anos, Junior Lima decidiu abrir o coração e compartilhar uma das maiores dores de sua vida: os impactos dos boatos maldosos sobre sua sexualidade, que começaram ainda na adolescência e o acompanharam por décadas. Em entrevista recente, o cantor revelou que precisou de 20 anos de terapia para conseguir lidar com os traumas causados pelas especulações que surgiram quando ele ainda era apenas um garoto no auge da fama ao lado da irmã, Sandy.“Existiram muitos boatos sobre minha sexualidade na adolescência, e isso gerou uma insegurança absurda”, desabafou Junior. “Sempre fui muito preocupado com o próximo, e isso era confundido. Um cara que se permitia dançar, como assim? Isso me atrapalha até hoje na profissão. Tem gente com preconceito até hoje.” O cantor expôs o peso da masculinidade tóxica que o pressionava a corresponder a um estereótipo, ao mesmo tempo em que enfrentava julgamentos e comentários cruéis da mídia e do público.Durante os anos 2000, não eram raras as matérias de tabloides e os comentários em programas de fofoca que sugeriam que Junior seria gay, muitas vezes com um tom debochado ou malicioso. A situação se agravava pelo contraste constante com a imagem da irmã, Sandy, com quem fazia dupla. A proximidade intensa entre os dois, comum entre irmãos, acabou sendo usada de forma distorcida por parte da imprensa, gerando até boatos absurdos sobre uma relação incestuosa, o que causou profundo sofrimento psicológico na família.O tempo passou, mas as marcas ficaram. Hoje, casado e pai de dois filhos, Junior diz que ainda sente reflexos desses ataques. Ele destaca que, além do impacto pessoal, as fake news e os preconceitos do passado ainda reverberam em sua carreira artística. Mesmo assim, ele opta por transformar a dor em força e falar abertamente sobre saúde mental, masculinidade e respeito à diversidade. “A terapia me salvou. Se eu não tivesse tido esse espaço de cuidado, não sei como teria lidado com tudo isso”, finalizou.