C&A e Guararapes mais que dobram lucro: mas por que CEAB3 desaba e GUAR3 salta?

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Apesar de apresentarem resultados sólidos no segundo trimestre de 2025 (2T25), as ações da C&A (CEAB3) e da Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, operam em sentidos opostos nesta quinta-feira (7).Às 12h25 (horário de Brasília) desta quinta, os papéis da C&A recuavam 7,30%, cotados a R$ 17,27, em movimento de realização de lucros, após subirem 7% na véspera, alta que já antecipava o bom desempenho trimestral. No acumulado do ano, a ação ainda registra forte valorização de 127,48%. Além disso, algumas casas têm uma visão mais neutra sobre os ativos, de olho na perspectiva de desaceleração do consumo no segundo semestre. Já as ações da Guararapes disparam 10,25%, negociadas a R$ 8,93, ampliando os ganhos no ano para 46,3%, avanço expressivo, mas abaixo de CEAB3 neste mesmo recorte de tempo. Leia tambémLocaliza: por que efeito de R$ 1 bi em balanço por IPI pode ser um alívio ao mercado?Locadora vai reconhecer um impairment único em sua frota na faixa de R$ 800 milhões a R$ 1,0 bilhão antes dos impostos Petrobras divulga resultado nesta 5ª: o que o mercado espera para 2T e dividendos?Projeção de analistas consultados pela LSEG é de um lucro na casa dos R$ 10 bilhões, enquanto analistas veem dividendos de ao menos US$ 1,9 bilhãoA C&A apresentou lucro líquido de R$ 200 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 138,9% na comparação com o mesmo período de 2024. O Bradesco BBI classifica os resultados da C&A como bons e destaca que a varejista continua a gerar valor, combinando crescimento contínuo de dois dígitos na receita com expansão de margem e geração de caixa, coroada com um retorno sobre capital investido (ROIC) acima de 20% – “uma grande conquista, incomum em nosso universo de cobertura doméstica atualmente”.Desta vez, no entanto, o BBI não vê nenhuma revisão significativa para cima nas estimativas com base nos resultados do 2T25, visto que as expectativas para o trimestre já eram altas. O BBI manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 25.Saiba mais:Confira o calendário de resultados do 2º trimestre de 2025 da Bolsa brasileiraTemporada de balanços do 2T ganha destaque: veja ações e setores para ficar de olhoA XP Investimentos avaliou que a C&A apresentou resultados sólidos no segundo trimestre, com crescimento consistente de receita e melhora nos resultados financeiros. As vendas líquidas consolidadas avançaram 12,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionadas por um crescimento acelerado das vendas em mesmas lojas (SSS) de mercadorias, que subiram 15%. “O desempenho foi favorecido por um inverno mais rigoroso, o que ajudou nas vendas de datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados”, destaca a XP.A XP também destacou ainda o forte crescimento do segmento de beleza, que avançou 64% e compensou, em grande parte, a retração no setor de eletrônicos. O canal online, por sua vez, acelerou e cresceu 31% ano a ano, representando 6% das vendas totais — ganho de 70 pontos-base em relação ao ano anterior e de 40 pontos-base sobre o trimestre anterior.A C&A Pay apresentou queda de 3% na carteira de crédito total, reflexo de uma política mais conservadora de concessão, o que impactou negativamente as vendas líquidas do segmento. Ainda assim, a penetração subiu 1 ponto percentual, alcançando 28% das vendas, impulsionada por maior recorrência e aumento nos gastos da base atual de clientes.O Banco Safra avaliou que a divisão financeira da C&A apresentou resultados saudáveis no segundo trimestre, com destaque para um lucro líquido positivo de cerca de R$ 22 milhões, acima das expectativas, mesmo com a queda na receita. A empresa também registrou geração de caixa operacional robusta, somando R$ 270 milhões (excluindo um desembolso pontual de R$ 650 milhões relacionado ao Bradescard), resultado atribuído, segundo o Safra, a ganhos de eficiência no capital de giro. Como consequência, a alavancagem ficou em apenas 0,3 vez dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), abaixo da expectativa do banco, que era de 0,6 vez.Apesar dos números positivos, o Safra mantém recomendação neutra para as ações da C&A. A instituição justifica essa postura com base na possibilidade de uma desaceleração no consumo no segundo semestre de 2025, o que exige uma abordagem mais cautelosa diante do cenário macroeconômico.Guararapes (GUAR3)A Guararapes encerrou o trimestre com lucro de R$ 142,2 milhões, uma alta de 151,2% ante ao mesmo período do ano passado. A XP Investimentos avaliou que a varejista teve um trimestre sólido, com destaque para o crescimento da receita e a melhora na rentabilidade. As vendas líquidas consolidadas avançaram 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionadas pelo forte crescimento das vendas nas mesmas lojas (SSS) de vestuário, que subiram 16%, uma aceleração de 3 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e desempenho superior ao da C&A, cujo SSS foi de 15%. Segundo a casa, esse desempenho foi impulsionado por coleções assertivas, especialmente em datas comerciais importantes, como o Dia das Mães, Dia dos Namorados e São João.Na unidade financeira Midway, a carteira de crédito cresceu 8% na comparação anual, com a empresa mantendo sua estratégia de expansão gradual em concessões de menor risco. As vendas dessa frente aumentaram 13% no ano, puxadas tanto pelos cartões de crédito quanto pelos empréstimos pessoais.Leia tambémIbovespa Ao Vivo: Bolsa sobe 1%, aos 136 mil pontos, com tarifas e balanços no radarBolsas dos EUA avançam após tarifas sobre chips de Trump terem várias isençõesDólar hoje opera estável com tarifas, China e expectativa por corte de juros pelo FedImpasse comercial entre Brasil e Washington continua no radarA XP destacou ainda o bom desempenho do Ebitda ajustado consolidado, com alta de 100 pontos-base na margem em relação ao ano anterior. A margem bruta consolidada subiu 190 pontos-base, impulsionada principalmente pelo segmento de mercadorias, refletindo os ganhos da integração vertical da empresa, menores níveis de remarcação e um mix de vendas mais favorável, com maior participação da linha de moda.O lucro líquido da Guararapes voltou ao campo positivo, alcançando R$ 143 milhões, resultado 39% acima da projeção da própria XP, devido à combinação de melhora operacional e redução nas despesas financeiras. O fluxo de caixa livre (FCF) também foi positivo, em R$ 144 milhões, mesmo com maiores investimentos em capex, especialmente voltados para estoques, além de benefícios fiscais pontuais.Na mesma linha que a XP, o Bradesco BBI avalia que os resultados Guararapes combinaram um desempenho sólido no varejo, tanto em vendas quanto em margens, e resultados saudáveis em serviços financeiros, uma continuação da tendência observada nos últimos trimestres. Ainda assim, dada a perspectiva macroeconômica atual, o banco permanece cauteloso em relação à perspectiva de demanda para o segundo semestre, que considera o principal indicador-chave de desempenho para desencadear um desempenho mais sólido das ações no futuro.O BBI manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 10.Já o Banco Safra destacou o crescimento de vendas mesmas lojas (SSS) acima do esperado e a margem bruta superior, mantendo um portfólio e precificação assertivos, além de continuar capturando eficiências em sua planta.Diante da consistência da empresa na entrega de resultados positivos e do múltiplo preço/lucro projetado para 2026 ainda considerado atrativo, em 7,9 vezes, abaixo dos 9,7 vezes da C&A e dos 11,9 vezes da Lojas Renner (LREN3), o Banco Safra reiterou sua recomendação de compra para as ações da Guararapes.The post C&A e Guararapes mais que dobram lucro: mas por que CEAB3 desaba e GUAR3 salta? appeared first on InfoMoney.