Braskem (BRKM5). Foto: DivulgaçãoA Braskem (BRKM5) divulgou seu balanço de resultados referente ao segundo trimestre de 2025 na madrugada desta quinta-feira (7). A companhia reportou prejuízo líquido de R$ 267 milhões, uma queda de 93% em relação às perdas registradas no mesmo período do ano passado.Mesmo com a melhora no resultado líquido, os números vieram abaixo das expectativas do mercado e pressionaram as ações da Braskem na sessão desta quinta-feira. Por volta das 15h15, os papéis da companhia estão operando em forte baixa de 2,82%, a R$ 8,28, mesmo em meio a um avanço de 1,69% do Ibovespa no mesmo horário.No ano, os papéis da Braskem acumulam uma variação negativa de mais de 30%. Com a queda desta quinta-feira, as ações chegaram ao menor patamar intradiário desde 24 de agosto de 2014.Balanço de resultados da BraskemNo segundo trimestre, a Braskem apurou um Ebitda recorrente de R$ 427 milhões, queda de 68% em relação ao trimestre anterior. O valor ficou bem abaixo dos R$ 946 milhões projetados pela XP.A receita líquida da companhia somou R$ 17,86 bilhões, frente aos R$ 19,07 bilhões registrados no mesmo período de 2024. Já o prejuízo líquido de R$ 267 milhões foi melhor que os R$ 395 milhões estimados, mas reverteu o lucro obtido nos primeiros três meses deste ano.Segundo a empresa, os investimentos realizados até o fim de junho somaram R$ 515 milhões, de um total previsto de R$ 2,4 bilhões para 2025. Apesar da maior eficiência na gestão do capital de giro, a Braskem consumiu R$ 1,45 bilhão em caixa no trimestre.De acordo com a XP, parte do desempenho negativo está relacionado a um “efeito temporal não monetário”, já que os preços das resinas e matérias-primas caíram após o chamado “Liberation Day”, enquanto o custo dos produtos vendidos (COGS) ainda refletia preços mais altos por conta do baixo giro de estoque.Depois do balanço, vale a pena investir em Braskem?A reação negativa do mercado aos resultados da Braskem levou os papéis a níveis não vistos desde 2015. Segundo a XP, embora o impacto no resultado tenha sido expressivo, o efeito sobre o caixa pode ser mitigado por uma redução nas necessidades de capital de giro no futuro.A corretora também aponta que, se a hipótese do desalinhamento de estoques se confirmar, o terceiro trimestre poderá apresentar uma recuperação relevante em comparação ao segundo trimestre de 2025.Para o JPMorgan, os números vieram abaixo até mesmo de suas estimativas conservadoras. “A compressão de spreads ao longo do trimestre pressionou as margens mais do que o esperado”, destacou o banco.O fluxo de caixa livre foi negativo em R$ 1,2 bilhão, enquanto a alavancagem da companhia saltou para 10,59 vezes o Ebitda, contra 7,98 vezes no trimestre anterior. Mesmo assim, o JPMorgan avalia que a Braskem tem liquidez suficiente, com US$ 1,7 bilhão em caixa e acesso a uma linha rotativa de US$ 1 bilhão. A recomendação foi mantida em neutra, com preço-alvo BRKM5 de R$ 6.Já o Bradesco BBI também revisou suas projeções para baixo. Segundo o banco, os resultados refletem “spreads mais baixos, desalinhamento de estoques e uma parada programada para manutenção no México”. O novo das ações BRKM5 foi ajustado para R$ 10, inferior à estimativa anterior de R$ 12 por ação.Vale destacar que esta matéria possui caráter informativo e não representa uma indicação de compra ou venda das ações da Braskem (BRKM5).