Em acareação, Cid deve confirmar versão de Câmara sobre monitoramento

Wait 5 sec.

O tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), participarão nesta quarta-feira (13) de uma acareação no STF (Supremo Tribunal Federal) para esclarecer supostas contradições em seus depoimentos.Segundo apuração da CNN, Cid deve afirmar que não soube, nem declarou, que o coronel tenha monitorado autoridades.As investigações da PF (Polícia Federal) e da PGR (Procuradoria-Geral da República) indicam que Câmara teria monitorado autoridades, entre elas o ministro do STF, Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Leia Mais: Ação contra Bolsonaro por golpe avança à fase decisiva no STF nesta semana Lula diz que vai informar Trump de "como foi feita a tentativa de golpe" Moraes nega, pela quarta vez, soltar Braga Netto Interlocutores de Cid, no entanto, afirmam que ele deve esclarecer ter recebido apenas de forma pontual, em dois dias distintos, informações sobre a localização e a agenda de Moraes. Ele também negará ter conhecimento ou ter afirmado que Câmara monitorou essas autoridades de forma contínua.A acareação, autorizada por Moraes, integra a fase de diligências complementares do núcleo 2 da suposta trama golpista, processo que tramita no STF.O encontro presencial entre os militares foi solicitado pela defesa de Marcelo Câmara, após Moraes estabelecer um prazo de cinco dias para a apresentação de pedidos referentes às últimas diligências complementares no caso.Moraes autoriza acareação entre Cid e Marcelo Câmara | LIVE CNNO advogado de Câmara afirmou que a acareação tem como objetivo esclarecer contradições relacionadas ao monitoramento de autoridades, que, segundo ele, não foi realizado por Câmara.“É importante que ele possa explicar, porque a palavra dele [é] mal interpretada e eu tenho a esperança de que ele possa esclarecer a verdade, daí a importância dessa acareação. Não é que ele é mentiroso, é que as palavras dele foram mal interpretadas”, afirmou Eduardo Kuntz ao pedir a acareação.A participação de Câmara nesse monitoramento teria sido mencionada por Mauro Cid em depoimento, segundo a Polícia Federal.Segundo Cid, em um episódio ele próprio pediu a Câmara que confirmasse uma informação. No entanto, afirmou não saber como o coronel teve acesso a dados restritos sobre a localização de Moraes, apenas que Câmara obteve essas informações e as repassou ao grupo.Em interrogatório, Câmara negou qualquer monitoramento e afirmou ter utilizado apenas dados públicos, como a agenda oficial, com o objetivo de aproximar Bolsonaro do ministro.Câmara está preso preventivamente e participará presencialmente da acareação usando tornozeleira eletrônica. Ele também é investigado por obstrução de Justiça, acusado de tentar contato com Cid.