Famílias de reféns convocam greve em Israel contra expansão da guerra

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Famílias de reféns israelenses mantidos em cativeiro em Gaza estão convocando uma greve geral nacional no próximo domingo (17), em protesto contra a recente decisão do gabinete de segurança israelense de expandir a guerra e tomar a Cidade de Gaza.“Estamos fechando o país para salvar os soldados e os reféns”, disseram os parentes dos reféns em Tel Aviv. A eles se juntou o Conselho de 7 de Outubro, que representa as famílias enlutadas dos soldados que morreram no início da guerra.Os organizadores disseram que a iniciativa começaria como um esforço popular, principalmente por meio de empresas privadas e cidadãos que farão greve no próximo domingo para paralisar a economia.Em poucas horas, o Conselho de 7 de outubro disse que “centenas” de empresas disseram que participariam da greve, assim como “milhares de cidadãos que declararam que tirariam o dia de folga”. Leia mais: Netanyahu promete "terminar o trabalho" contra o Hamas Análise: plano de Netanyahu para tomar Gaza satisfaz ninguém além dele Análise: Israel testa paciência de um dos seus principais aliados O maior sindicato de trabalhadores de Israel, conhecido como Histadrut, ainda não aderiu à greve. As famílias devem se reunir com o presidente do Histadrut, Arnon Bar-David, na segunda-feira (11) para tentar convencê-lo a unir forças.Anat Angrest, mãe de Matan, que está sendo mantido refém em Gaza, apelou aos chefes dos setores econômico e trabalhista, alertando que “seu silêncio está matando nossas crianças”.Angrest disse: “Sei que seus corações estão conosco e sofrendo – mas isso não basta. O silêncio mata. É por isso que estou aqui hoje para pedir algo que evitei até agora – pedir aos líderes da indústria: vocês têm o poder.”O Histadrut já havia realizado uma greve geral em apoio às famílias dos reféns no ano passado.Após o assassinato de seis reféns israelenses pelo Hamas em setembro de 2024, o sindicato interrompeu o funcionamento de setores-chave como transporte, bancos e saúde, além de participar de protestos e manifestações generalizadas ao longo do dia.Entenda o plano de Israel para tomar a cidade de Gaza | Fora da Ordem #12No entanto, o governo israelense criticou suas ações como políticas e agiu para interromper a greve por meio de uma liminar trabalhista.Embora o Histadrut não tenha se pronunciado publicamente sobre a greve, líderes da oposição israelense endossaram e abraçaram a iniciativa. O líder da oposição, Yair Lapid, afirmou: “O apelo das famílias dos reféns por uma greve geral é justificado e apropriado.”O presidente do partido Democrata, Yair Golan, anunciou que o partido se juntaria à greve e apelou a “todos os cidadãos israelenses — qualquer um que tenha em mente os valores da vida e da responsabilidade mútua — para fazer greve conosco, para ir às ruas, para resistir e interromper”.O gabinete de segurança israelense decidiu na sexta-feira levar adiante um plano controverso para expandir a guerra e tomar a Cidade de Gaza. O plano provocou duras críticas das famílias dos 50 reféns restantes em Gaza, 20 dos quais se presume estarem vivos, alertando que a nova medida militar poderia colocar os reféns vivos em perigo e condená-los à morte.O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu a escalada em uma entrevista coletiva neste domingo. “Ao contrário das falsas alegações, esta é a melhor maneira de acabar com a guerra e a melhor maneira de terminá-la rapidamente”, disse ele a repórteres.