Em novembro deste ano, o Brasil vai receber o evento mais importante do mundo quando o assunto é combate à emergência climática. A COP30 acontece em Belém, capital do Pará, trazendo lideranças mundiais para a região amazônica em busca de soluções para frear as mudanças climáticas que a humanidades está provocando no planeta.A promessa é que a conferência seja o “momento de virada” para pessoas marginalizadas, de acordo com o presidente da COP. Em nova carta, André Corrêa do Lago defende que conferência seja voltada para a justiça climática e que soluções devem se conectar à “vida real” das pessoas. Um exemplo disso é a alimentação, algo que faz parte do nosso dia a dia e que, durante o evento em Belém vai oferecer 40% de refeições vegetarianas e veganas aos participantes.Esse é um compromisso ousado e necessário, que pode parecer uma simples escolha de cardápio, mas é uma decisão com peso climático. Ao optar por refeições baseadas em plantas, a COP 30 caminhará rumo a um modelo de alimentação realmente alinhado com os objetivos do Acordo de Paris.Foto: Alexandra Tran na Unsplash Leia também: 1.Mercado de produtos veganos cresce no Brasil e no mundo 2.Benefícios ambientais do veganismo no Brasil O impacto em números Segundo estimativa da FGV sobre o fluxo de pessoas esperado para a COP 30, espera-se 34 mil participantes por dia, em média, durante os 12 dias de evento. Considerando três refeições diárias por participante, a conferência deverá servir mais de 1,2 milhões de refeições. Portanto, a meta de 40% equivale a quase 500 mil refeições vegetarianas e veganas.Em apenas 12 dias, caso a meta dos 40% seja atingida, as estimativas dos benefícios ambientais incluem:Até 574 milhões de litros de água economizados — o suficiente para encher 229 piscinas olímpicas.Até 1.640 toneladas de CO₂ equivalente evitadas — o mesmo que tirar 356 carros das ruas por um ano (considerando que um carro emite aproximadamente 4,6 toneladas métricas de CO2 anualmente).Até 360 hectares de terra preservados — área maior que 300 campos de futebol.Até 1.300 toneladas de grãos poupadas — que poderiam ser usados diretamente na alimentação humana.Receita vegana: feijão tropeiro e arroz integral biodinâmico. Foto: @kathestevesA análise considera que 40% da alimentação servida seja vegana e que as quase 500 mil refeições equivalem a aproximadamente 160 mil dias de alimentação vegana, com base em três refeições diárias. Os cálculos de impacto ambiental basearam-se em dados da campanha “Segunda Sem Carne”, que consolida estudos científicos sobre os benefícios ambientais de dietas veganas. Segundo essas referências, evitar o consumo de produtos de origem animal por um dia resulta em economia média de 10 kg de CO2e, 22 m² de terras, 3.500 litros de água e 8 kg de grãos. Leia também: 1.Dieta vegana reduz impactos ambientais em até 75% Uma escolha política e climáticaSediar a COP no Brasil — país onde a pecuária é o maior vetor de desmatamento — torna essa política alimentar ainda mais simbólica. Ao reduzir a demanda por carne, leite e ovos, o evento lança um recado claro: não é possível proteger a Amazônia sem transformar a forma como produzimos e consumimos alimentos. A iniciativa da COP 30 não é só um gesto simbólico. É uma política ambiental concreta, baseada em dados e coerente com a urgência climática. Leia também: 1.Rádio dos Povos leva vozes indígenas e quilombolas à COP30 2.COP30 lança círculos de liderança para impulsionar ações climáticas The post 40% das refeições da COP30 serão veganas ou vegetarianas appeared first on CicloVivo.