Casas Bahia (BHIA3) tem prejuízo de R$ 555 milhões no 2º tri com pressão de juros

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 A Casas Bahia (BHIA3) divulgou nesta quarta-feira um prejuízo líquido de R$555 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$37 milhões apurado um ano antes, em resultado penalizado por juros elevados e por uma base de comparação “ruim”.O desempenho negativo veio apesar de evolução operacional no período, no qual o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 26,5% no comparativo anual, para R$572 milhões, conforme relatório de resultados.Saiba mais:Confira o calendário de resultados do 2º trimestre de 2025 da Bolsa brasileiraTemporada de balanços do 2T ganha destaque: veja ações e setores para ficar de olho“Tem um evento importante dos juros, de um CDI médio de 10,5% no ano passado para 14,5% esse ano”, disse o diretor financeiro da Casas Bahia, Elcio Ito, em entrevista à Reuters.O resultado financeiro da varejista veio negativo em R$1,15 bilhão no segundo trimestre deste ano, um salto ante o resultado negativo de R$42 milhões registrado no mesmo período em 2024.Ito também chamou atenção para a base de comparação, uma vez que o resultado financeiro da empresa no segundo trimestre do ano passado foi beneficiado por um ganho contábil não recorrente de R$637 milhões oriundo de efeito do reperfilamento da dívida.“A base é bastante ruim, distoa muito quando você olha o resultado financeiro deste ano contra o ano passado”, afirmou.Apesar do cenário macroeconômico “difícil”, Ito disse que vê muitas oportunidades para o varejo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos de diversos países, incluindo o Brasil.“Vou dar um exemplo: se os chineses já tinham apetite, já estavam entrando muito forte no Brasil até antes dessas questões das tarifas, ainda mais agora”, afirmou. “Gera um ambiente competitivo, que é benéfico do nosso lado.”No segundo trimestre, a Casas Bahia entregou crescimento de 6% na receita líquida, para R$6,87 bilhões, além de uma redução de 2,9% nas despesas gerais e administrativas, que totalizaram R$1,57 bilhão nos meses de abril a junho.O volume bruto de mercadorias (GMV) do grupo aumentou 7,6% em relação ao segundo trimestre de 2024, com crescimento de 6,1% nas vendas com estoque próprio e de 16,2% no marketplace.Em lojas físicas, o GMV bruto somou R$6,3 bilhões, alta de 5,8%, mesmo com o fechamento de 30 lojas nos últimos 12 meses, incluindo 22 apenas no segundo trimestre. O crescimento no conceito mesmas lojas foi de 6,7%.Neste mês, a Casas Bahia anunciou uma conversão de dívida que deu à gestora Mapa Capital controle sobre a companhia, com uma participação de 85,5% do capital social, movimento que, segundo o CFO, não deve mudar os planos da empresa.“A Mapa Capital entra para dar continuidade no plano de transformação, então a gente não vislumbra nenhuma mudança relevante na estratégia da companhia”, disse.“Acho que a gente tem um controlador importante agora, a gente vê o market cap companhia hoje já diferente e menos vulnerável do que nós tínhamos na estrutura acionária de antes.”Além da conversão de debêntures, a Casas Bahia alongou uma dívida para 2027, o que “trará alívio financeiro já nos próximos períodos”, disse a empresa em comunicado à imprensa.“Essas iniciativas diminuíram em 40% a dívida líquida e reduziram a relação dívida líquida/Ebitda de 1,8 vez para 1,1 vez”, acrescentou, estimando alívio de R$400 milhões no caixa nos próximos dois anos.The post Casas Bahia (BHIA3) tem prejuízo de R$ 555 milhões no 2º tri com pressão de juros appeared first on InfoMoney.