Encontro entre Lula e Trump na ONU não está nos planos, diz Celso Amorim

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Em meio ao tarifaço imposto a produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, disse que um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump durante a 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, não está nos planos do governo brasileiro no momento.“O Brasil, por tradição, é o primeiro orador na Assembleia Geral, e os Estados Unidos são o segundo. [Lula e Trump] podem se encontrar, podem não se encontrar. Eu acho que o presidente Lula será sempre côrtes porque é da natureza dele. Agora, hoje, eu não creio que esteja nos planos pedir um encontro”, afirmou Amorim em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (11).Para o ex-ministro das Relações Exteriores, no entanto, “nada é imutável” desde que haja “gestos que justifiquem” um contato mais próximo entre os líderes. Leia Mais Amorim: Brasil estará preparado para novas sanções dos EUA Não há facilidade em contactar quem decide as coisas nos EUA, diz Amorim Após volta à estaca zero, empresários pedem que Lula ligue logo para Trump No decorrer da entrevista, Amorim classificou como “totalmente inaceitáveis” declarações feitas pelo vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau.Na semana passada, o americano escreveu, sem citar nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que um magistrado destruiu “o relacionamento historicamente próximo do Brasil com os Estados Unidos”.A reação do Itamaraty veio na noite do último sábado (9). Em nota, o Ministério das Relações Exteriores caracterizou a fala de Landau como um “novo ataque à soberania brasileira e a uma democracia que recentemente derrotou uma tentativa de golpe de Estado e não se curvará a pressões, venham de onde venham”.Amorim enalteceu a resposta do Itamaraty. “Agora, eu até me pergunto se elas [as declarações] são inaceitáveis de propósito para provocar uma ação mais radical e justificar uma escalada por parte deles”, ponderou o ex-chanceler.Análise: Brasil retroage em negociação de tarifaço | CNN NOVO DIA