A transição 1958-1962 foi marcada por uma maratona de jogos para Pelé

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Aos 17 anos, Pelé encantou o planeta no primeiro título mundial da seleção, na Suécia. Até chegar ao Chile, em 1962, o Rei do Futebol enfrentou uma maratona de jogos. O craque, que tinha chegado à maioridade em outubro de 1958, teve de se apresentar ao Exército e, em 1959, disputou o Campeonato Sul-Americano Militar. As plateias de todo o mundo queriam ver Pelé, e o Santos passou a excursionar cada vez mais pelos quatro cantos do planeta. O time da Vila Belmiro era uma máquina de fazer gols. Em 1961, Pelé marcou aquele que ficou conhecido como “gol de placa”, contra o Fluminense, no Maracanã, em um lance antológico, quando driblou sete adversários, incluindo o goleiro Castilho. O Santos se tornou o maior time do planeta, com destaque para o bicampeonato da Libertadores e do Mundial de Clubes em 1962 e 1963. No entanto, os atletas eram submetidos a uma maratona de jogos. Entre as Copas de 1958 e 1962, Pelé entrou em campo 333 vezes, uma média de 84 partidas por ano. Mesmo com a compleição física como a dele, não há perna que aguente. Em sua autobiografia, publicada em 2006, o Rei apontava para o excesso de jogos: “Jogar em tantas partidas acabou tendo um preço e, em fevereiro de 1961, sofri provavelmente a lesão mais grave de minha carreira até então. Estávamos jogando contra o Necaxa, na Cidade do México”. Pelé ficou quase três semanas sem entrar em campo: “Naquela noite [a do dia do jogo] não consegui dormir por causa das dores de cabeça e da dor nos ombros e no rosto. Todo o lado esquerdo do meu rosto estava dormente. De manhã fui levado ao hospital na Cidade do México, onde fizeram oito chapas de raios-x da face e dos ombros. Não havia fratura, graças a Deus”. Infelizmente a contusão que ele teve na Copa foi mais grave do que essa no México. No Mundial do Chile, Pelé se contundiu, sozinho, depois de dar um chute de fora da área contra a Tchecoslováquia, na segunda partida da seleção. Machucado, o Rei foi substituído por Amarildo, a partir do terceiro jogo, e não mais voltou a campo. Na finalíssima, novamente um duelo contra a Tchecoslováquia, o camisa 10 da seleção estava nas arquibancadas do Estádio Nacional de Santiago. A seleção venceu por 3 a 1 e conquistou o bicampeonato. Naquele dia 17 de junho, os policiais tiveram dificuldades para retirar os torcedores que invadiram os vestiários do Brasil. Pelé não se esquece: “(…) Depois da vitória, corremos para o vestiário para comemorar. Elza Soares estava lá também, acho que era a primeira vez que uma mulher ia a um lugar daqueles. Na época, havia pouquíssimas mulheres envolvidas com futebol. Ela estava lá por causa do Garrincha: as fofocas a nosso respeito tinham terminado (…)”. Pelé conta que os jornais também especulavam sobre um relacionamento entre ele e Elza Soares, mas a cantora estava mesmo se aproximando de Garrincha, e os dois se casariam em 1966. Leia também Chegada da seleção de 1958 com o título mundial causou comoção no Brasil Final do Paulista de 1959 foi marcada pelo equilíbrio entre Palmeiras e Santos