Polícia prende quadrilha que aplicava golpes digitais contra médicos

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realiza uma operação, na manhã desta terça-feira (12), contra uma quadrilha responsável por golpes praticados a partir de invasões de contas digitais de médicos gaúchos. A ação conta com o apoio das polícias Civil de São Paulo, Pará e Espírito Santo.Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e outros três de busca e apreensão durante a “Operação Medici Umbra 2”. Os homens foram presos em São Paulo (SP), Ananindeua (PA) e Vila Velha (ES).Segundo a polícia, o grupo criminoso é especializado em estelionatos, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos e lavagem de dinheiro. A investigação iniciada em janeiro deste ano aponta que cinco médicos tiveram prejuízos somados de cerca de R$ 780 mil. Segundo a investigação, a prisão de cinco pessoas na primeira fase da operação, no último mês de junho, permitiu que a polícia avançasse na estrutura da organização criminosa.Os três alvos da ação policial desta terça (12) são importantes integrantes da quadrilha. Em São Paulo, os agentes prenderam o homem responsável pela logística humana e financeira do grupo. Segundo a polícia, ele recrutava pessoas parecidas com as vítimas gaúchas para tirar as fotos necessárias para os documentos falsos e para passar pelas verificações de biometria facial (selfies) na abertura de contas. O homem de 44 anos também operava contas bancárias, principalmente de pessoas jurídicas com altos limites, para receber as transferências dos valores subtraídos e dificultar o rastreamento, recebendo comissões que variavam entre 25% e 40% do total. Ele ainda possui diversos antecedentes criminais como estelionato mediante fraude eletrônica, furto, roubo de carga e receptação.No Pará, o alvo era um jovem de 20 anos, identificado como “Menor do Painel”, que atuava como provedor de informações sigilosas ao grupo, já que utilizava um bot (robô) de consulta automática em grupos de WhatsApp para vender dossiês de informações pessoais sobre as vítimas.Já no Espírito Santo, a polícia cumpriu uma nova ordem de prisão contra um homem de 29 anos já preso, no último dia 24 de julho, que era responsável pelo fornecimento e fabricação de documentos falsos em nome dos médicos gaúchos. Leia Mais Homem é preso por usar nome de político em golpe da CNH em Sergipe Turistas britânicos são dopados e têm R$ 110 mil roubados na Zona Sul do RJ Mulher finge ser sequestrada para justificar apostas em jogo do tigrinho InvestigaçãoA investigação teve início em janeiro deste ano, a partir do registro de ocorrência de um médico gaúcho apontando a invasão de suas contas de e-mail e gov.br. Os criminosos tiveram acessos a seus documentos pessoais, criaram contas e tentaram efetuar transferências em corretora de investimentos que ultrapassaram R$ 700 mil.A partir da primeira vítima, foram localizados outros quatro médicos gaúchos que foram vítimas de crimes com modus operandi similares, e tiveram prejuízos que, somados, chegam a quase R$ 80 mil.A Polícia Civil gaúcha iniciou a investigação para identificar e responsabilizar os responsáveis pelos crimes. Com as diligências, os agentes identificaram um grupo formado por cinco familiares residentes na capital paulista, que foram presos no último dia 17 de junho durante a primeira fase da operação.A CNN obteve acesso a prints de mensagens que evidenciam conversas dos criminosos para cometer os crimes. Em um deles, um dos alvos pede a produção de um RG falso a um contato registrado como “Editável”:Crédito: ReproduçãoA ação leva o nome de “Medici Umbra”, que significa “a sombra dos médicos”, em alusão aos criminosos que agiam como “sombras”, utilizando a identidade e a reputação de médicos para cometer os crimes. Participam da ação cerca de 30 policiais civis dos quatro estados.