A inteligência artificial pode ser uma aliada da democracia, mas seu uso descontrolado e manipulador representa uma ameaça direta à soberania popular. A vedação ao uso de IA para fins ilícitos no debate político é não apenas um imperativo jurídico, mas também um compromisso ético com a verdade, a honra dos envolvidos e a integridade das eleições. Permitir o uso de deepfakes como forma de ataque político financiado com dinheiro público é abrir espaço para uma política de simulações, onde a mentira ganha cara, voz e poder — e onde o eleitor se torna vítima de uma engenharia artificial de convencimento. O Estado Democrático de Direito não pode tolerar esse caminho. A liberdade de expressão, pilar da democracia, não abarca o direito de enganar. Muito menos com o dinheiro do povo.