A mudança do discuso político que deu força ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mais impacto no dólar frente o real do que as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente americano Donald Trump.A declaração foi feita nesta terça-feira (15) por Fabio Kanczuk, ex-diretor de Política Econômica do BC e atual diretor de macroeconomia do ASA durante conferência online a jornalistas. S&P 500 e Nasdaq atingem máximas recordes com dados e balanços em foco PIB tem alta de 3% no trimestre encerrado em maio, mostra índice da FGV Empresários alertam governo de que é impossível substituir mercado dos EUA “O grande [impacto] aqui é o dólar. Não vamos exportar menos [em razão das tarifas]. Dólar vai mexer porque mexe no discurso político da situação e oposição. E o discurso da situação ficou melhor e isso que está fazendo o dólar andar [para cima]”, afirmou Kanczuk.Após tarifaço de Trump, Tarcísio se reúne com representante dos EUA em SP | CNN NOVO DIANa segunda-feira (14), o dólar à vista fechou com alta de 0,69%, cotado a R$ 5,5865. No pregão desta terça-feira, contudo, a moeda americana opera em leve alta após variar em baixa, refletindo os dados de inflação dos EUA, que veio abaixo do esperado.Já o DXY — índice de comparação do dólar com outras moedas — deve voltar a se valorizar e, conforme Kanczuk, a ideia de perda de soberania americana está longe de enfraquecer o dólar.“Não é um movimento com duração grande. No curto prazo, o DXY está cada vez mais fraco, mas isso acaba logo. Não vai durar mais que um semestre porque é um movimento de ajuste, e não de continuidade de um processo”, explica.Para Kanczuk, as tarifas terão pouco efeito sobre o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, estimado está em torno de 0,3% ou 0,4%, com sinais nos mercados nos próximos quatro meses.Petróleo, café e aeronaves: veja itens mais exportados pelo Brasil aos EUA