O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), e a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) debateram, nesta sexta-feira (11), no CNN Arena, a proposta de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.A discussão girou em torno da hipótese de que a aprovação do projeto pelo Congresso Nacional poderia levar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a retirar a taxação de 50% sobre produtos brasileiros.A medida é uma aposta de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Leia Mais Tarcísio nega ter pedido ao STF que autorizasse Bolsonaro a ir aos EUA Trump derrubou anistia, dizem aliados de Hugo Motta Boulos aciona PGR por suposta ajuda de Tarcísio à fuga de Bolsonaro Para Melchionna, é preciso ser um “falso patriota” para defender o que classificou como “subjugação aos interesses nacionais” e “desrespeito ao povo brasileiro”.A parlamentar do PSOL afirmou que a carta de Trump é composta por “mentiras e fake news” sobre a relação comercial entre Brasil e EUA, e que a proposta representa uma tentativa de interferência estrangeira na política nacional.“É uma vergonha usar uma potência estrangeira para tentar garantir que a Justiça não seja feita no Brasil”, disse.Melchionna também comparou os projetos de Trump e Bolsonaro, classificando ambos como “ditatoriais”, e disse que “tentam acabar com as liberdades democráticas para impor os ajustes econômicos dos interesses do capital”.“A gente acha que é a hora de intensificar um calendário de mobilização nacional, em defesa dos interesses do povo brasileiro, da nossa soberania, mas também de pautas populares que estão paradas nas câmaras”, enfatizou.Análise: Lula revive "batalha dos bonés" após taxação | CNN 360ºSóstenes, por sua vez, declarou que a anistia “já deveria ter sido votada” e criticou a postura da esquerda.“Acho interessante as pessoas da esquerda quererem colocar a culpa em nós. Não somos a favor [do tarifaço]. Quem gosta disso é a esquerda”, disse.O líder do PL ainda disse que, quando os alvos são aliados do governo Lula, “se passa o pano”.A crítica foi feita em referência à solidariedade prestada por Lula à ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar em Buenos Aires após condenação por corrupção em obras públicas.Sóstenes também responsabilizou Lula pelas medidas anunciadas por Trump, citando episódios em que o presidente brasileiro se posicionou contra Israel, além de ter feito críticas públicas a Trump durante as eleições norte-americanas.“Sempre é na contramão do mundo. Agora, toda a esquerda brasileira, vocês que foram responsáveis pelo tarifaço que resolvam! Tem 20 dias. Ontem era 21″, concluiu o parlamentar no CNN Arena.Análise: Eduardo Bolsonaro insiste em tarifaço de Trump e é criticado por aliados | CNN PRIME TIMELula X EUAO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos serão respondidas “à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”.Lula disse ainda que o processo judicial sobre suposto plano de golpe de Estado é de competência “apenas da Justiça Brasileira” e, portanto, “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a decisão dos Estados Unidos de taxar em 50% as importações brasileiras como “política” e “insustentável”.*Publicado por João Scavacin, da CNN e sob supervisão de Douglas Porto