PM da Rota que baleou agente atuou em morte a 500m do local há 1 mês

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O sargento da Rota Marcus Augusto Costa Mendes, que baleou um policial civil na noite da última sexta-feira (11/7) na região do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, participou de um homicídio a cerca de 500 metros do local, um mês antes do ocorrido. A vítima foi um homem ainda não identificado, que, segundo a versão dos PMs, estaria segurando uma arma de fogo.De acordo com o registro da ocorrência, Mendes e o cabo Robson Santos Barreto estavam em patrulhamento, quando decidiram averiguar um local que supostamente seria um ponto conhecido de tráfico de drogas, na Rua Lisse. Eles relatam que, chegando ao local, se depararam com quatro indivíduos que teriam corrido. Um deles, teria entrado em uma casa, sendo seguido pelos PMs. Leia também São Paulo Policial Civil baleado por agentes da Rota em SP segue em estado grave São Paulo Policial baleado pela Rota: delegada “dispara” contra cúpula da SSP São Paulo Confundidos com traficantes, policiais civis são baleados pela Rota Matérias Especiais Em um ano, PM matou 85 desarmados e 47 com tiros pelas costas em SP De acordo com os policiais, foi necessário efetuar disparos porque o suspeito estaria armado. O boletim de ocorrência não especifica quantos disparos efetuou cada um dos PMs, nem quantos foram efetuados ao total. As armas foram apreendidas. O corpo da vítima tinha quatro perfurações, duas no tórax e duas no abdômen.Na ocorrência dessa sexta-feira (11/7), em que o sargento Mendes baleou o policial civil Rafael Moura da Silva, o PM disse ter confundido a vítima com um traficante. Testemunhas afirmam que ele chegou à Rua Pedro Faber, local onde estava o agente, na rua Pedro Faber.Ao determinar a instauração de um inquérito para apurar o ocorrido, o delegado Antonio Giovanni Neto afirmou que, em um primeiro momento, o caso é tratado como legítima defesa putativa, quando alguém, de forma equivocada, acredita estar sob injusta agressão e age como se estivesse em legítima defesa. Segundo a autoridade policial, não é possível determinar se houve excesso.3 imagensFechar modal.1 de 3O policial civil Rafael MouraImagem cedida ao Metrópoles2 de 3Pedido de doação para o policial Rafael MouraReprodução3 de 3Rafael MouraReprodução“Sendo assim, decide esta Autoridade Policial pela apuração investigativa em profundidade, eis que a dinâmica dos fatos, num juízo cognitivo sumário carece dessa apuração. O inquérito policial será instaurado”, diz o delegado no boletim de ocorrência.“[…] O inquérito policial instaurado poderá, com a profundidade que trará os elementos de informação e as provas cautelares, não receptíveis e antecipadas, revelar a ausência ou a presença dos elementos de culpa e se o erro era evitável ou não”, acrescenta Antônio Giovanni Neto.As imagens da câmera corporal usada pelo sargento no momento dos disparos foram disponibilizadas pela Polícia Militar. Segundo o delegado, elas mostram o PM correndo pela rua e entrando em uma viela, quando dá de cara com um homem armado. Ele, então, reage de imediato dando quatro disparos e recua. A gravação não foi disponibilizada pelas autoridades policiais.Policial civil baleadoAutoridades policiais ouvidas pela reportagem afirmam que o estado de saúde do policial civil Rafael Moura da Silva, do 3º Cerco, é gravíssimo. Logo após o ocorrido, ele foi transportado ao Hospital das Clínicas, onde foi submetido a uma cirurgia. Neste domingo, deve passar por um novo procedimento.“Explodiu o baço, o pâncreas, uma bala está alojada na coluna. Está estável, contendo o sangramento dele. Tem que rezar, o estado é grave”, disse a fonte, que preferiu não se identificar.Rafael Moura está internado no Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo. Ele precisa de sangue e a instituição pede para, quem puder, ir fazer doação.