Justiça de SP determina internação de aluno por apologia ao nazismo

Wait 5 sec.

O desembargador Artur Cesar Beretta da Silveira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou que um adolescente de 13 anos seja internado provisoriamente por apologia ao nazismo, injúria racial e ofensas dentro do ambiente escolar. Por ser tratar de menor, o processo está sob sigilo.O jovem apareceu na sala de aula com o cabelo penteado como o de Adolf Hitler e colou um post-it, acima do lábio, imitando o bigode do ditador alemão responsável pelo assassinato em massa de seis milhões de judeus. Ele também ergueu o braço, fazendo a saudação nazista.A situação ocorreu no mês de fevereiro, em uma escola particular da zona sul da capital paulista. De acordo com o processo de apuração de ato infracional, durante as aulas, o adolescente ainda proferiu comentários de que “Hitler estava certo” e que ele deveria “matar mais”, bem como publicou em um grupo de WhatsApp figurinhas que continham uma imagem de Hitler, fazendo um coração. Leia mais Empresário morto em Autódromo: segurança suspeito é lutador de jiu-jitsu Empresário morto em Autódromo: "Ele não chegou até o carro", diz delegada "Pró-reitor" da UFSM, cão Silveira é adotado e deixa campus Na decisão, o desembargador citou que, segundo o processo, em dias posteriores aos da saudação nazista, o adolescente ainda ofendeu e agrediu colegas, e fez discurso de ódio, chamando uma aluna de “macaca”.Para o magistrado, embora os pais estejam presentes na rotina do menor, “não conseguem conter ou corrigir suas condutas”. Por isso, justificou a internação como “cautelar para garantia da ordem pública e da segurança pessoal dos adolescentes (seus colegas de sala).”HistóricoEm março, de acordo com o processo, o mesmo adolescente teria ameaçado funcionários e estudantes do colégio, praticando o “ato de produzir pânico ou tumulto na instituição de ensino”.Ele teria afirmado que, no último dia de aula do 9º ano, iria levar uma faca para realizar um massacre dentro da escola. Assustados, os alunos procuraram a coordenação, que por sua vez teria acionado a delegacia mais próxima. O caso, então, foi encaminhado ao Conselho Tutelar.DefesaNo pedido do habeas corpus, a defesa afirmou que não houve emprego de violência física grave ou grave ameaça concreta contra qualquer pessoa ou qualquer indício de preparo para concretizar o suposto massacre.O advogado da família do adolescente afirmou, ainda, que o jovem foi transferido para outro colégio e que, desde então, “vem apresentando melhor desempenho escolar e maior estabilidade emocional, demonstrando que o ambiente anterior não era adequado à sua condição cognitiva emocional”.