Banco do Brasil (BBAS3) termina a semana na mínima de dois anos com mercado temendo o pior no 2T25

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O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou a semana em queda de mais de 4%. Negociado na casa dos R$ 20, o papel está nas mínimas de dois anos. A última vez que negociou nesse patamar foi em março de 2023.Além de sofrer com derrocada do Ibovespa, que encerou a semana com queda de 2%, o mercado também vê números fracos para o segundo trimestre.VEJA TAMBÉM: Money Picks traz as principais recomendações do mercado para o mês; acesse gratuitamenteEm relatório, o Safra, por exemplo, afirmou que além da carteira de agronegócio, o BB pode sofrer com maior inadimplência de empresas.“Acreditamos que o mercado pode estar negligenciando uma ameaça bastante relevante neste trimestre: o crédito corporativo”, apontam os analistas.De acordo com o banco, as provisões ligadas a esse segmento podem se tornar uma fonte ainda mais significativa de pressão sobre os lucros no curto prazo e frustrar ainda mais as estimativas do mercado.“O crédito corporativo já era um ponto de atenção, mas destacamos o novo índice de inadimplência acima de 30 dias divulgado pelo BB, que mostrou um forte aumento no 1T e pode estar migrando para inadimplência acima de 90 dias no segundo trimestre”, explicam.Com isso, a projeção é de lucro líquido de R$ 4,6 bilhões, queda de 50% na base anual e 10% abaixo do consenso do mercado, que está em R$ 5,2 bilhões.“Como referência, projetamos R$ 5,3 bilhões em formação de NPLs corporativos (de um total de R$ 15,7 bilhões), implicando um aumento de +70 pontos-base no índice de inadimplência acima de 90 dias”, conclui o relatório.O Banco do Brasil divulgará seus resultados no dia 13 de agosto.Banco do Brasil: Pior rentabilidade em décadasJunto com o Safra, outras casas também projetam números fracos.Na avaliação do Goldman Sachs, o BB deve registrar o menor nível de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) dos últimos nove anos.A expectativa é que o ROE caia para 11% entre abril e junho, um desempenho bem distante dos 16,2% registrados no primeiro trimestre e dos 21,6% vistos no mesmo período de 2024.Mais uma vez, a pressão sobre a rentabilidade deve vir principalmente do agronegócio.O JP Morgan também teme que a realidade possa ser ainda pior do que o esperado pelos investidores.Na visão dos analistas, o BB pode colher ainda mais provisões no resultado, com o banco sendo forçado a aumentar significativamente as despesas com calotes devido a empréstimos problemáticos no agronegócio.A previsão do banco é de provisões líquidas de R$ 13 bilhões no segundo trimestre, aumento de 70% em relação ao ano passado e de 31% em comparação ao trimestre anterior.Para o JP Morgan, o principal desafio está no impacto do ciclo de crédito mais complicado, que pode se estender por um longo período, especialmente no agronegócio, onde a alta de renegociações e refinanciamentos pode pesar no resultado.“Mais do que apontar para um 2T25 ou 3T25 desafiador, nossa mensagem é que os ciclos de crédito no Brasil podem ser longos”, afirmou o JP Morgan.O banco também cortou o preço-alvo da ação para o final de 2026, de R$ 28 para R$ 26.Com Seu Dinheiro