Ao menos 245 cavalos em quatro estados do Brasil já morreram após consumirem uma ração contaminada. O número foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em nota publicada neste domingo (13/7).As análises conduzidas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) constataram a presença da substância tóxica conhecida como monocrotalina. De acordo com a pasta, a identificação é inédita em ração para equinos.A primeira denúncia contra a Nutratta Nutrição Animal Ltda foi recebida pela ouvidoria do ministério em 26 de maio. A contaminação ocorreu depois que resíduos de plantas do gênero crotalaria, responsáveis por gerar a monocrotalina, foram encontrados na matéria-prima.Até o momento, foram identificadas mortes de equinos pelo consumo da ração infectada nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.Veja foto das rações apreendidas:“Em todas as propriedades investigadas os equinos que adoeceram ou vieram a óbito consumiram produtos da empresa. Já os animais que não ingeriram as rações permaneceram saudáveis, mesmo quando alojados nos mesmos ambientes”, explica a nota do ministério.A pasta iniciou o processo administrativo fiscalizatório, “lavrou auto de infração e determinou a suspensão cautelar da fabricação e comercialização de rações destinadas, inicialmente, a equinos”, mas posteriormente a de todas as espécies animais. A empresa chegou a ganhar, na Justiça, autorização para retomar a produção de rações não destinadas a equinos, mas o ministério recorreu reforçando o risco sanitário envolvido. Leia também São Paulo Ração contaminada já matou ao menos 290 cavalos em SP, dizem criadores Brasil Cavalo avaliado em R$ 12 mi teria morrido após comer ração contaminada São Paulo Nove cavalos morrem após consumo de ração em Guarulhos: “Sofrimento” São Paulo Ração suspensa pelo governo pode ter matado 42 cavalos em SP. Vídeo Cavalo milionário mortoEntre as centenas de cavalos mortos, alguns possuem grande valor financeiro. O garanhão mangalarga marchador Quantum de Alcatéia era avaliado em cerca de R$ 12 milhões (fora lucros cessantes de quase R$ 30 milhões em 10 anos).Além do Quantum Alcatéia, a advogada Maria Alessandra Agaruss alega outros cavalos e éguas campeões, além de animais “comuns”, foram vítimas da ração contaminada.Os sintomas apresentados pelos animais incluem desorientação, alterações de comportamento e mudanças na locomoção. Eles também perdem o apetite e ficam prostrados.