Gerdau (GGBR4): O que faz o Citi manter recomendação de compra mesmo com revisão no preço-alvo?

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O Citi reduziu o preço-alvo para as ações da Gerdau (GGBR4) de R$ 22 para R$ 20, mas manteve a recomendação de compra. Segundo o banco, apesar de um segundo trimestre mais fraco no Brasil, a empresa segue bem posicionada no exterior, especialmente nos Estados Unidos, onde a operação tem garantido resultados mais consistentes e ajudado a compensar o cenário doméstico.Na avaliação dos analistas, a atuação da Gerdau no mercado americano tem sido estratégica e eficiente. A companhia aumentou a capacidade de produção nos últimos anos e melhorou a rentabilidade ao focar em produtos com maior valor agregado. Essa combinação tem sido importante para manter margens saudáveis e ampliar a presença nos resultados consolidados do grupo.VEJA MAIS: Receba semanalmente as principais recomendações do BTG Pactual de forma gratuita, como cortesia do Money TimesPara os próximos trimestres, o Citi vê espaço para mais ganhos. A empresa anunciou a entrega, no ano que vem, de um novo projeto nos EUA, com capacidade de produção de 250 mil toneladas. Além disso, o setor americano deve continuar se beneficiando de programas de investimento em infraestrutura, o que tende a manter a demanda aquecida e os preços sustentados.“Mesmo com a desaceleração no Brasil, os sinais nos Estados Unidos são positivos. Empresas como a Nucor anunciaram reajustes de preços no terceiro trimestre e a Gerdau seguiu o movimento, o que reforça a perspectiva de resultados ainda mais fortes adiante”, destaca o Citi em relatório.Brasil segue como desafio, mas há apostas de longo prazoNo Brasil, o cenário ainda é desafiador para o setor, com excesso de oferta e concorrência pressionando os preços. O Citi não vê melhora relevante no curto prazo, especialmente diante da lentidão em decisões sobre barreiras comerciais para conter importações.Apesar disso, o banco vê potencial nos investimentos da Gerdau no país. O destaque é o projeto da mina de Miguel Burnier, em Ouro Branco, Minas Gerais, que deve começar a operar até 2026. A nova planta, que demandará um investimento total de R$ 3,2 bilhões, permitirá à empresa substituir parte do minério importado por matéria-prima de melhor qualidade e custo mais baixo.Segundo o relatório, a mina tem potencial para reduzir o custo da tonelada de minério de ferro de US$ 80 para cerca de US$ 35, além de diminuir o uso de carvão metalúrgico e permitir a produção de aços com preços mais elevados. Somados, esses fatores podem gerar um impacto positivo de até R$ 1 bilhão no Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia.O Citi também destaca a solidez financeira da Gerdau como um de seus principais trunfos. A empresa mantém a alavancagem (relação entre dívida e lucro) abaixo de 1,5 vez, o que dá flexibilidade para continuar investindo e, ao mesmo tempo, distribuir retorno aos acionistas.A expectativa do banco é de que os pagamentos em forma de dividendos e recompras de ações somem cerca de 8% ao ano, o que representa um retorno atrativo em relação a outras empresas do setor.