Governo afasta possibilidade de retaliação e aposta em diálogo com EUA

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Em Brasília, o governo federal fez duas reuniões com empresários de setores econômicos para tratar sobre as tarifas de Donald Trump. Já em São Paulo, o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também conversou com representantes no esforço de conter os danos políticos por meio da negociação das taxas.Na conversa, Tarcísio defendeu um diálogo ainda mais forte com os Estados Unidos para tentar derrubar o tarifaço de Trump. A sinalização inicial é que as demandas levantadas na reunião sejam levadas à Casa Branca.Dezessete executivos do agro e da indústria estavam presentes, além do encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar. O governador alega que as tratativas não concorrem com as realizadas pelo governo federal. Leia Mais EUA iniciam investigação sobre práticas comerciais do Brasil Análise: Governo não quer demonstrar fraqueza Waack: Brasil tropeça no campo minado da geopolítica Mesmo assim, o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, criticou a iniciativa de Tarcísio.“Entre dois Estados, o negociador é o governo federal. O governo federal que tem que negociar.”, disse o ministro das Relações Exteriores.Nas reuniões com o Planalto, os empresários alertaram que o Brasil não conseguiria substituir o mercado americano, especialmente na área da indústria. Segundo o grupo, realizar um desvio na produção é praticamente inviável.Os empresários solicitaram que o comitê do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB) negocie um prazo maior para o início das tarifas de Trump, algo negado de prontidão pelo Executivo.“É procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para tentar resolver e avançar nesse trabalho nos próximos dias.”, destacou Alckmin.Durante as conversas, o governo evitou tratar sobre possíveis retaliações aos Estados Unidos – fator visto como positivo pelo setor privado. Mas reconhece a dificuldade de diálogo com os americanos, que ainda não responderam uma carta enviada há dois meses.Mesmo assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia enviar uma nova mensagem para tentar estabelecer contato com a Casa Branca. Além do diálogo com o governo dos Estados Unidos, o Planalto quer iniciar negociações paralelas com empresas norte-americanas para reverter a situação.Na manhã desta terça, o presidente Donald Trump voltou a demonstrar o caráter político das tarifas. Trump defendeu Jair Bolsonaro (PL) e reforçou as críticas à atuação do Supremo Tribunal Federal no julgamento contra o ex-presidente brasileiro.“Ele não era um homem desonesto. E eu acredito que é uma caça às bruxas e não deveria estar acontecendo. Não é que… olha, ele não é como um amigo meu, ele é alguém que eu conheço. E eu o conheço como um representante de milhões de pessoas”, afirmou Trump.* publicado por Danilo Cruz, com informações de Thais Herédia e Caio Junqueira