Dr. Mariana Marcussi, alerta: “A pessoa que consome muito arroz tem maior propensão a ficar diabético”

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O arroz com feijão é uma das combinações mais tradicionais e apreciadas da culinária brasileira, presente na mesa de milhões de famílias diariamente. Mariana Marcussi, especialista em nutrição, aborda questões importantes sobre o consumo deste alimento básico e seus possíveis impactos na saúde, especialmente relacionados ao desenvolvimento do diabetes.A especialista, que compartilha conhecimentos sobre alimentação saudável em suas redes sociais (@dramarianamarcussi), destaca que a qualidade e quantidade do arroz consumido são fatores determinantes para avaliar se este alimento pode ser prejudicial à saúde. Suas orientações trazem à tona discussões importantes sobre o consumo consciente de carboidratos.Por que o consumo excessivo de arroz pode favorecer o diabetes?Mariana Marcussi explica que o arroz contém amido, que é metabolizado e convertido em açúcar no sangue, estimulando a produção de insulina e potencialmente aumentando a resistência à insulina. Esta observação está alinhada com evidências científicas que mostram a relação entre carboidratos de alto índice glicêmico e o desenvolvimento de diabetes tipo 2.Um estudo publicado no British Medical Journal confirma que pessoas que consomem regularmente grandes quantidades de arroz branco têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. A pesquisa de Harvard também demonstrou que o arroz branco possui índice glicêmico próximo a 100, comparável ao efeito do açúcar puro no organismo.Qual o verdadeiro problema do arsênico no arroz brasileiro?Prato de comida com arroz, feijão e ovo – Créditos: (depositphotos.com / diogoppr)A especialista menciona a presença de arsênico no arroz como um componente preocupante. De fato, estudos científicos confirmam que o arroz é o alimento que mais acumula arsênico entre os cereais, devido ao seu cultivo em campos inundados, ambiente propício para o elemento deixar o solo e incorporar-se aos grãos.Pesquisas brasileiras mostram que o arroz pode conter de 10 a 20 vezes mais arsênico que outros cereais. No Brasil, estudos da Universidade Federal de Pelotas encontraram concentrações de arsênico em arroz variando significativamente, com algumas amostras apresentando níveis superiores aos recomendados pela ANVISA.O arroz brasileiro é seguro para consumo?Dados oficiais sobre segurança:A ANVISA estabelece limite máximo de 0,3 mg de arsênico por quilo de arrozInstituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) testou 193 amostras brasileirasTodas as amostras estavam abaixo do limite permitidoO arroz brasileiro é considerado seguro pelos órgãos reguladoresPesquisadores da USP confirmaram a segurança do arroz nacionalComparação internacional:Arroz importado de Bangladesh possui 3 vezes mais arsênico que o brasileiroArroz cultivado no Rio Grande do Sul tem solos com baixo teor de arsênicoFormação geológica brasileira favorece menor contaminaçãoEuropa manifesta preocupação com arroz asiático e africanoBrasil ocupa posição favorável em termos de segurança alimentarComo reduzir a exposição ao arsênico no arroz?Embora o arroz brasileiro seja considerado seguro, existem técnicas de preparo que podem reduzir ainda mais a exposição ao arsênico. Estudos mostram que a lavagem adequada do arroz pode diminuir o arsênico em 10 a 28%.O método indiano de cozimento, que utiliza 6 partes de água para 1 parte de arroz e descarta a água de cozimento, remove aproximadamente 57% do arsênico presente no grão. Deixar o arroz de molho durante a noite também facilita a remoção do elemento.Qual a quantidade segura de arroz para consumir?A questão da quantidade é fundamental para determinar se o arroz representa risco à saúde. Mariana Marcussi está correta ao enfatizar que o consumo excessivo pode ser problemático, especialmente para pessoas com predisposição ao diabetes.Estudos brasileiros mostram que o consumo médio nacional é de 86,5 gramas de arroz por dia. Para diabéticos, nutricionistas recomendam porções de 2 colheres de sopa por refeição, sempre combinadas com proteínas magras e fibras para reduzir o impacto glicêmico.Existem alternativas mais saudáveis ao arroz branco?Prato de comida com arroz, feijão e ovo – Créditos: depositphotos.com / (gustavomello162.hotmail.com)Opções com menor índice glicêmico:Arroz integral: possui fibras que retardam a absorção de glicoseArroz basmati: naturalmente contém menos arsênicoArroz jasmim: menor concentração de arsênico que o arroz tradicionalQuinoa: substituto rico em proteínas e fibrasBatata-doce: carboidrato complexo com menor impacto glicêmicoEstratégias para consumo consciente:Combinar sempre com feijão para equilibrar proteínas e fibrasAdicionar vegetais ricos em fibras à refeiçãoPreferir porções menores e mais frequentesAlternar com outros carboidratos ao longo da semanaMonitorar a glicemia após refeições com arrozComo o arroz afeta pessoas com diabetes?Para pessoas com diabetes, o arroz representa um desafio adicional no controle glicêmico. O alto índice glicêmico do arroz branco pode causar picos de glicose rapidamente, dificultando o controle da doença.No entanto, estudos mostram que diabéticos podem consumir arroz desde que sigam estratégias específicas: controle rigoroso das porções, combinação com proteínas e fibras, preferência por versões integrais e monitoramento frequente da glicemia.O que dizem os especialistas sobre arroz e saúde?Pesquisadores da área de nutrição são unânimes em afirmar que o contexto do consumo é mais importante que o alimento isolado. O arroz, quando consumido em quantidades adequadas e combinado com outros alimentos, pode fazer parte de uma dieta saudável.A American Diabetes Association reconhece que carboidratos são necessários na dieta, mas enfatiza a importância de escolher fontes de melhor qualidade nutricional e controlar as porções. O segredo está no equilíbrio e na individualização das recomendações.O post Dr. Mariana Marcussi, alerta: “A pessoa que consome muito arroz tem maior propensão a ficar diabético” apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.