“Quando fui convidada para ser jurada, fiquei muito nervosa, me tremi inteira, porque é uma responsabilidade gigantesca”. É assim que a gaúcha, de São Leopoldo, Fontana resume como se sentiu ao receber o convite para estar na bancada da versão brasileira do “Drag Race”, o maior reality de drag queens do mundo.A brasileira mora há 10 anos na Suécia, onde participou da versão local e saiu como vice-campeã da temporada, e agora pôde encontrar conterrâneos e conversar português nos bastidores. Em entrevista à CNN, ela diz que trouxe sua experiência como competidora à bancada e salienta que ser drag queen vai muito além de maquiagem perfeita ou figurino impecável.“Drag é história, comunidade, expressão. É tentar entender o que as queens estão comunicando no palco, com garra, com carisma, com personalidade. Como diz o lema do programa: carisma, singularidade, ousadia e talento”, detalha. “Como drag e fã da franquia, quis me entregar de corpo e alma, com o coração aberto, para compreender e apreciar cada detalhe das drags brasileiras — de dentro para fora”. Leia mais Drag Race Brasil: confira quem são as participantes da 2ª temporada Diego Martins relata preconceito com drag queens entre os LGBT+ Drag queen de reality morre poucos dias depois de revelar perna amputada A primeira temporada do “Drag Race Brasil” foi gravada na Colômbia — que coroou Organzza como vencedora –, enquanto que a segunda foi produzida em Portugal. Apesar de estar fora de seu país natal, Fontana declara que passou muito tempo rodeada por brasileiros e se sentiu como se estivesse no Brasil.“Eu moro na Suécia, no norte da Europa, e fazia muito tempo que não sentia esse gostinho de casa. Foi uma sensação muito nostálgica e, ao mesmo tempo, uma alegria gigantesca. Eu estava com um sorriso de orelha a orelha, porque acredito que a nossa arte drag brasileira precisa ser celebrada no mundo inteiro.”O segundo episódio do reality show eliminou a concorrente Chanel, em um desafio que as drag queens precisavam criar figurinos integralmente feitos de papel. Fontana participou ativamente da decisão e defendeu algumas críticas que Mellody Queen recebeu pelo look apresentado na passarela. Ela reforça que a participante é uma forte candidata a vencer o prêmio de R$ 150 mil, mas ressalta que ainda é cedo para fazer qualquer aposta.“Posso dizer que as decisões foram tomadas em conjunto com o júri. Nós avaliamos quais foram os destaques positivos e quais tiveram dificuldades. Mas, sinceramente, foi muito difícil julgar. Ainda mais na minha posição, já que tive contato direto apenas com a passarela”, explica. “Tive, em especial, uma conexão muito forte com a Mellody. Ela me emocionou profundamente. A história que ela contou chegou até mim de um jeito muito intenso, tocou meu coração de verdade”, completa.Agora Fontana está no Brasil para divulgar a arte drag e o reality do qual participou. Ela se apresentou no Rio de Janeiro nesta quinta, sobe ao palco da Laboux em Ribeirão Preto nesta sexta-feira (18) e volta à capital fluminense no sábado (19) para se apresentar na Pink Flamingo. Depois, ela segue de volta à Suécia.Esta é a primeira vez que ela vem ao Brasil depois de fazer sucesso no exterior como drag queen. Fontana declara que contava os dias para voltar ao país natal depois de seis anos e comemora por estar por aqui justamente quando é exibida sua participação no “Drag Race” brasileiro.“É uma emoção enorme, porque realizei tantos sonhos desde a última vez que estive no Brasil. Naquela época, eu estava muito triste, sem esperança, meio desanimada com o futuro. Mas, em seis anos, tudo mudou. Me tornei vice-campeã do Drag Race Suécia, participei de DragCon em Los Angeles e Londres, conheci a RuPaul, fiz turnê pelo mundo inteiro, fui capa de revista, estive em outdoors, vivi experiências incríveis” celebra.Dudu Bertholini, Fontana, Grag Queen e Bruna Braga formam a bancada do segundo episódio do “Drag Race Brasil” • DivulgaçãoDiego Martins relata preconceito com drag queens entre os LGBT+