O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) reforçando o pedido da sigla pela cassação do mandato do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL).No documento, que vem após o tarifaço anunciado pelo presidente do Estados Unidos, Donald Trump contra o Brasil, o partido pede que sejam adotadas as “providências necessárias para responsabilização de Eduardo Bolsonaro, bem como que sejam tomadas as medidas necessárias, junto à Câmara dos Deputados, para que se promova a cassação de seu mandato de deputado federal”.O filho do ex-presidente é alvo de um inquérito, aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, para apurar suposta obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.A abertura, determinada em 26 de maio, veio depois de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegava que o deputado vinha fazendo declarações públicas e postagens em redes sociais nas quais dizia estar atuando para que o governo norte-americano impusesse sanções a ministros do STF e outras autoridades brasileiras.Nos EUA desde março, Eduardo se licenciou do cargo de deputado para permanecer no país e desde então vem articulando com autoridades norte-americanas possíveis sanções contra Moraes.Na semana passada, então, Trump anunciou tarifas de 50% para todos os produtos brasileiros como uma sinalização desse movimento. Em carta direcionada a Lula (PT), o presidente norte-americano cita diretamente o processo que corre no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o classifica como uma “caça às bruxas”.O presidente dos EUA, Donald TrumpO fato é mencionado na notícia de fato do PT enviada à Corte, que tem como objeto as “recentes condutas do Sr. Eduardo Nantes Bolsonaro, relacionadas à recente situação instaurada entre os Estados Unidos da América e o Brasil, no que tange às tarifas comerciais impostas pelo Presidente Donald J. Trump contra o Estado brasileiro”.Segundo o PT, Eduardo tem trabalhado “ostensivamente” para associar a solução da crise diplomática com os EUA com a “anistia ampla, geral e irrestrita em favor dos crimes cometidos por Jair Messias Bolsonaro, investigados no inquérito”. Leia também São Paulo Eduardo Bolsonaro grava novo vídeo pedindo punição dos EUA a Moraes Paulo Cappelli Eduardo Bolsonaro usa Lula para acelerar sanções de Trump a Moraes Brasil Vídeo. Lula imita Eduardo Bolsonaro em evento: “Trump, solta meu pai” Paulo Cappelli Reação do STF a demandas de Eduardo reserva má notícia a Bolsonaro No caso, a sigla defende que se trata de um parlamentar brasileiro atuando ativamente “contra as instituições democráticas do próprio país”, que o elegeu “com a única finalidade de prejudicar a apuração de crimes cometidos por seu pai e seus aliados”.Além da presença de Eduardo nos EUA, o documento cita publicações recentes do deputado em rede social destinada ao público estrangeiro pedindo, por exemplo, que o governo Trump aplique sanções a Moraes.“Com efeito, é inaceitável a vandalização à soberania nacional e o Estado de Direito brasileiro, praticada por Eduardo Bolsonaro. Inclusive, trata-se de um verdadeiro acinte considerar que o noticiante ocupa cargo de deputado federal, membro do Congresso Nacional, e, ainda assim, promove tamanha humilhação para a sua pátria”, afirma o PT.Providências criminais necessáriasNesse sentido, a sigla defende que sejam tomadas as “providências criminais necessárias”, e afirma ser “imprescindível a adoção de medidas que levem à cassação de seu mandato parlamentar”.O pedido ao STF, no entanto, já vinha sendo manifestado pelo PT, que na semana passada protocolou uma petição complementar ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do mandato do filho de Jair Bolsonaro.A isso também se soma outras investidas de integrantes do partido contra Eduardo, como é o caso do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, que pediu a prisão do parlamentar igualmente por sua atuação junto a senadores e deputados dos EUA contra Moraes. Ele também pediu que sejam incluídos no inquérito tanto Jair quanto Flávio Bolsonaro.