A astronomia é uma das ciências mais antigas da humanidade, dedicada a desvendar os mistérios do universo. Desde os primórdios das sociedades humanas, observamos a Lua, as estrelas e os planetas visíveis a olho nu, mas essa curiosidade evoluiu tanto que deu origem a um campo específico da ciência.Atualmente, diversos telescópios terrestres e espaciais permitem explorar fenômenos que seriam considerados inimagináveis para nossos antepassados. Afinal, foi em 2019 que conseguimos capturar a primeira imagem de um buraco negro, um conceito que surgiu apenas no último século.Descubra: Maior tempestade solar já registrada atingiu a Terra há mais de 14 mil anosVale destacar que astronomia não é a mesma coisa que astrologia. Enquanto a astronomia busca explicar os fenômenos celestes por meio de observações reais e leis da física, a astrologia é uma crença sem base científica em que a posição dos astros supostamente influencia nos destinos das pessoas.O que é astronomia?A astronomia é a ciência que estuda os corpos celestes do universo, como planetas, estrelas, cometas e galáxias. Em outras palavras, tudo o que está além da Terra é investigado por essa área. Isso inclui objetos visíveis a olho nu, como o Sol e a Lua, além de regiões que só podem ser detectados com o uso de instrumentos.Por muitos séculos, a astronomia ficou focada em observar e prever o movimento dos astros. Inclusive, civilizações antigas usavam as posições do Sol e das estrelas para criar calendários, ajudar na agricultura e na navegação. Além disso, esses astros também faziam parte de religiões antigas e eram considerados divindades.Com avanços na física, como as leis do movimento de Newton e o desenvolvimento dos primeiros telescópios, a astronomia deu um salto.A partir daí, também nasceu a astrofísica, uma área em que os cientistas aplicam as leis da física e da química para entender a natureza dos objetos celestes e do universo em si. Hoje, astronomia e astrofísica são duas áreas que precisam uma do outra.“O catálogo de objetos atualmente estudados é muito mais amplo e inclui, em ordem crescente de distância, o sistema solar, as estrelas que compõem a galáxia Via Láctea e outras galáxias mais distantes”, a enciclopédia Britannica descreve.Por exemplo, graças ao telescópio Event Horizon Telescope (EHT), os cientistas conseguiram registrar a primeira imagem de um buraco negro. Localizado no centro da galáxia M87, ele está a aproximadamente 55 milhões de anos-luz da Terra; ou seja, sua observação a olho nu é impossível.Ao estudar um objeto celeste, os astrônomos perguntam o que ele é, do que é feito, como se formou e como evolui. Porém, essas respostas envolvem conceitos de diversas áreas, como física, química, matemática, biologia e geologia.Quais são os ramos da astronomia?Além da astronomia, existem diversas áreas que estudam o tema, cada uma focada em aspectos específicos do universo.“Desde o final do século 19, a astronomia se expandiu para incluir a astrofísica, que aplica os conhecimentos da física e da química para compreender a natureza dos corpos celestes e os processos físicos que controlam sua formação, evolução e emissão de radiação”, a enciclopédia Britannica acrescenta.De acordo com o site Brasil Escola, alguns dos principais ramos relacionados à astronomia são:Astrofísica: utiliza os conceitos da física para entender as propriedades e o comportamento dos objetos e fenômenos celestes;Cosmologia: estuda o universo como um todo, desde sua origem, estrutura, até sua evolução. Questões cosmológicas incluem a teoria do Big Bang, a expansão do universo, a natureza da matéria e energia escura, entre outras;Astrometria: é a área que permite o cálculo de órbitas, posições e distâncias de planetas e cometas;Astronomia planetária: foca nos planetas do Sistema Solar e em outros sistemas planetários (exoplanetas). Inclui o estudo de suas características físicas, químicas e geológicas;Astronomia estelar: estuda a classificação, composição e ciclo de vida das estrelas. Por exemplo, esse ramo explica como estrelas nascem de nuvens de gás, vivem por milhões ou bilhões de anos e morrem — ou se transformam em outras estruturas, como um buraco negro;Astronomia galáctica: estuda a Via Láctea e outras galáxias espalhadas pelo cosmos. Nesse ramo, os pesquisadores estudam braços espirais, núcleo galáctico, a interação entre galáxias e mais;Astroquímica: na astroquímica, é estudado a composição e as reações químicas no espaço, como a química das atmosferas planetárias;Astrobiologia: estuda a vida no universo e busca pela vida extraterrestre. Astrobiólogos costumam investigar as condições cósmicas e planetárias da biologia, incluindo algumas que são necessárias para o surgimento da vida como a conhecemos.É importante destacar que cada um desses ramos se complementa; por exemplo, a astrobiologia estuda a possibilidade de vida em Marte, mas usa a astronomia planetária para entender a geologia e atmosfera do planeta.Profissões da área de astronomiaSer astrônomo é o sonho de muitos entusiastas que gostam de observar o céu noturno, mas trata-se de uma carreira que exige muita dedicação. Os astrônomos profissionais atuam principalmente em instituições de pesquisa e de ensino.No Brasil, é possível cursar bacharelado em astronomia, mas formados em física também podem se especializar na área. (Fonte: Getty Images)Os campos mais comuns incluem:Universidades e institutos de pesquisa: grande parte dos astrônomos trabalha como professores universitários ou pesquisadores dedicados ao tema;Observatórios e centros de pesquisa governamentais: além dos observatórios acadêmicos, existem centros como o Observatório Nacional e laboratórios de pesquisa que empregam astrônomos para projetos específicos;Planetários, museus de ciência e divulgação científica: outra área é a comunicação e educação científica. Astrônomos podem trabalhar em planetários, museus e outros ambientes de divulgação científica;Agências espaciais e indústria aeroespacial: em países com grandes programas espaciais, astrônomos e astrofísicos trabalham em agências como a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos EUA (NASA) ou Agência Espacial Europeia (ESA);Setor privado de alta tecnologia: apesar de ser menos comum, principalmente no Brasil, algumas empresas e startups focadas na exploração espacial podem oferecer trabalhos aos astrônomos.Como é o mercado de trabalho para quem faz astronomia?O mercado de trabalho em astronomia é bastante especializado e competitivo. Diferentemente de áreas como TI ou saúde, não há uma grande quantidade de vagas abertas para astrônomos fora do meio acadêmico.A maioria das oportunidades exige mestrado ou doutorado e aparece em concursos para universidades ou bolsas de pesquisa. Em instituições públicas de ensino e pesquisa no Brasil, existem vagas para professores ou pesquisadores, mas em número limitado e muitas vezes concorridas por pessoas de todo o país.Por outro lado, as habilidades conquistadas na formação em astronomia, como a análise de dados e programação, podem ser utilizadas em outros mercados. Ainda assim, é importante destacar que o mercado de trabalho para astrônomos é bastante restrito, especialmente no Brasil, que não possui uma agência espacial com estrutura robusta.Quanto ganha um astrônomo?O salário de um astrônomo varia conforme a ocupação e a região de trabalho. No Brasil, a maioria dos astrônomos profissionais atua como professor/pesquisador em universidades públicas, o que geralmente equivale a salários de carreira docente de nível superior.Saiba também: Por que as estações do ano variam de forma tão diferente em outros planetas?A média salarial de um astrônomo no Brasil varia entre R$ 8 mil e R$ 15 mil. Contudo, astrônomos em início de carreira com bolsas de mestrado ou doutorado recebem bolsas entre R$ 2.100 e R$ 3.100.No exterior, os valores salariais podem ser mais altos. Por exemplo, nos Estados Unidos, um astrônomo profissional pode ganhar mais de US$ 160 mil por ano (cerca de R$ 72 mil por mês), dependendo da posição e experiência.A astronomia e a astrologia surgiram da mesma vontade humana de entender o céu, mas seguem propósitos distintos. Quer saber mais? Entenda se existem pontos em comum entre a astronomia e a astrologia. Até a próxima!