Montadoras pressionam União Europeia por mudança em metas “inviáveis” de emissões de CO₂

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As metas da União Europeia para reduzir as emissões de CO₂ de veículos, incluindo uma redução de 100% para carros até 2035, já não são mais viáveis, segundo os presidentes das associações europeias de fabricantes de automóveis e fornecedores automotivos, em declaração feita nesta quarta-feira (27).A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve receber executivos do setor automotivo em 12 de setembro para discutir o futuro da indústria, que enfrenta uma dupla ameaça: a concorrência chinesa nos veículos elétricos e as tarifas impostas pelos Estados Unidos.SAIBA MAIS: Fique por dentro dos melhores conteúdos do Money Times sem pagar nada por isso; veja comoEm uma carta enviada a Von der Leyen, o CEO da Mercedes-Benz, Ola Kaellenius, e o CEO de sistemas de motopropulsão e chassis da Schaeffler AG, Matthias Zink, afirmaram estar comprometidos com a meta da UE de alcançar emissões líquidas zero até 2050.No entanto, destacaram que os fabricantes europeus enfrentam agora uma quase total dependência da Ásia para baterias, além de infraestrutura de carregamento desigual, custos de produção mais altos e tarifas dos EUA.Eles defenderam que o bloco precisa ir além das metas para veículos novos, como as reduções de 55% nas emissões de CO₂ em carros (e 50% em vans) até 2030, com eliminação total (100%) para ambos até 2035.Atualmente, os carros elétricos representam cerca de 15% dos novos carros vendidos na UE, e as vans elétricas, 9%.“Cumprir as metas rígidas de CO₂ para carros e vans em 2030 e 2035 é, no mundo de hoje, simplesmente inviável”, escreveram.Eles também argumentaram que mandatos legais e penalidades não serão suficientes para impulsionar a transição energética.“Os veículos elétricos liderarão a transformação, mas também deve haver espaço para híbridos (plug-in), extensores de autonomia, motores a combustão altamente eficientes, hidrogênio e combustíveis descarbonizados”, afirmaram na carta.Os presidentes das associações também disseram que a regulação de CO₂ para caminhões e ônibus pesados precisa ser revista.Em março, a Comissão Europeia já havia concordado em conceder mais tempo para que as montadoras cumpram as metas de redução de emissões inicialmente previstas para 2025. Membros do grupo de centro-direita de Von der Leyen também pediram que a proibição de motores a combustão em 2035 seja retirada.