No primeiro semestre de 2025, o Brasil viu dois movimentos no setor de apostas. De um lado, 17,7 milhões de pessoas acessaram plataformas autorizadas. De outro, mais de 15,4 mil páginas de sites ilegais foram derrubados. Os dados fazem parte do balanço divulgado nesta terça-feira pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF).O levantamento aponta que a receita bruta total das empresas autorizadas de apostas e jogos on-line, o Gross Gaming Revenue (GGR), foi de R$ 17,4 bilhões no primeiro semestre. Esse valor representa o total de apostas, menos os prêmios pagos, o que pode ser indicado como o gasto efetivo dos apostadores no período. A média de gasto por apostador ativo é de cerca de R$ 983 por semestre ou R$ 164 por mês, segundo o governo.O relatório destaca ainda que a arrecadação federal chegou a R$ 3,8 bilhões no semestre, considerando tributos como IRPJ, CSLL, PIS/Cofins e contribuição previdenciária. Além disso, foram destinados R$ 2,14 bilhões para áreas sociais, conforme determina a Lei 14.790/23. Somam-se a esse montante R$ 2,2 bilhões em outorgas e R$ 50 milhões em taxas de fiscalização pagas pelas operadoras.A secretaria informou que um dos principais focos tem sido reduzir a atuação de empresas não autorizadas. Desde outubro de 2024, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já derrubou 15.463 páginas de sites ilegais.No sistema financeiro, 24 instituições comunicaram irregularidades e encerraram 255 contas de pessoas e empresas ligadas ao mercado clandestino. Apenas no primeiro semestre, a secretaria instaurou 66 processos de fiscalização contra 93 marcas, dos quais 35 resultaram em sanções.A ofensiva também chegou às redes sociais. Em parceria com o Conselho Digital do Brasil — que reúne empresas como Google, Meta, TikTok, Kwai e Amazon — foram removidas 112 páginas e 146 publicações de influenciadores que divulgavam apostas ilegais de forma disfarçada como conteúdo orgânico.Perfil dos apostadoresO relatório inédito do Sistema Geral de Gestão de Apostas (Sigap) mostrou que o público é majoritariamente masculino (71%), com destaque para a faixa etária de 31 a 40 anos, que concentra 27,8% dos jogadores. Jovens de 18 a 25 anos representam 22,4% dos apostadores, enquanto pessoas acima de 60 anos correspondem a apenas 2,1%.— Este balanço tem uma importância fundamental para a regulação. São dados concretos relativos à atuação regulatória, tratando temas como fiscalização, controle, além dos primeiros números, que refletem a realidade, e não apenas estimativas — afirmou o secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena.The post Bets: 17,7 milhões de brasileiros apostaram no 1º semestre, diz governo appeared first on InfoMoney.