FIIs buscam musculatura: juros afastam, mas estrangeiro segue no radar via índices

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A presença de investidores estrangeiros no mercado de fundos imobiliários brasileiros ainda é pequena, mas pode ganhar força em um cenário de redução da taxa de juros. É o que avaliam André Freitas, CEO da Hedge Investments, e Vinicius Duarte, Head da mesa de fundos listados da XP, ao analisar as oportunidades da indústria.Freitas lembra que, com a Selic em 15% ao ano e juro real acima de 10%, o ambiente macroeconômico torna difícil fomentar a atratividade dos FIIs. Além da taxa elevada, pesam ainda as incertezas fiscais, com o governo ampliando gastos fora do arcabouço. “Enquanto não tivermos um juro em linha com a média histórica desde 1999, algo entre 6,5% e 7% reais, é difícil atrair capital para a classe. Mas já se cria expectativa de queda, o que sem dúvida deve ampliar a atratividade para o mercado imobiliário”, afirmou em episódio do Liga de FIIs, programa do InfoMoney.Leia Mais: Com retração da poupança, incorporadoras recorrem a fundos para financiar construçõesNa visão de Duarte, a distância do estrangeiro também é explicada pelo caráter recente da indústria brasileira, ainda em consolidação. Ele recorda que a XP promoveu encontros para levar executivos internacionais a conhecer ativos reais, movimento que busca contribuir para aproximar investidores de fora do país. “Isso demonstra muito o estágio da nossa indústria em relação à de fora. Aqui, infelizmente, os ciclos são curtos, com ‘voos de galinha’, o que impediu que vários fundos já atingissem o tamanho originalmente projetado”, diz.Segundo Freitas, a tendência é de consolidação: fundos pequenos, com liquidez restrita, devem perder espaço, enquanto os maiores concentram atratividade. Hoje, poucos fundos têm patrimônio acima de R$ 5 bilhões.Leia Mais: Quais os próximos avanços regulatórios esperados pelos FIIs? Especialistas comentamO impacto da internacionalização para o investidorDuarte explica que o ingresso de FIIs em índices de referência gera impacto direto na valorização, já que a entrada atrai volume de compra e amplia a liquidez. “Muitos fundos sofrem por terem liquidez restrita, qualquer venda maior derruba o preço. O investidor de FII busca renda, previsibilidade, não quer ver a cota balançando. Quando aumenta a liquidez, reduz a volatilidade e melhora a formação de preços”, comenta. Outro efeito é a diversificação do passivo: com o ingresso de investidores institucionais e estrangeiros, a indústria passa a contar com capital de mais longo prazo, menos sensível a oscilações. Esse movimento, na avaliação do executivo, ainda contribui para elevar o nível de governança.Confira a entrevista completa de André Freitas e Vinícius Duarte na edição desta semana do Liga de FIIs. O programa vai ao ar todas as quartas-feiras, às 18h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.Leia Mais: Data centers e healthcare ganham protagonismo nos REITs e redesenham setorThe post FIIs buscam musculatura: juros afastam, mas estrangeiro segue no radar via índices appeared first on InfoMoney.