O que era para ser uma simples ida à Unidade de Atendimento Integrado (UAI), em Belo Horizonte, virou uma história inacreditável. Na última semana, a personal trainer Rafaela Caldeira dos Reis, de 33 anos, foi até o local para emitir o RG do filho e acabou descobrindo que, segundo os registros oficiais, ela estava “desaparecida” há 15 anos.Sem entender nada, Rafaela questionou a atendente: “Moça, mas como eu estou desaparecida? Eu estou bem aqui. Ninguém nunca falou que eu estava desaparecida”. A funcionária, surpresa, chamou a supervisora, que confirmou a informação no sistema e orientou Rafaela a procurar a polícia.“Saí de lá incrédula. Como assim um boletim de desaparecida? Eu nunca desapareci, nunca nem fugi de casa. Fiquei sem entender”, contou.Ainda no mesmo dia, Rafaela gravou um vídeo relatando toda a situação e postou nas redes sociais. A publicação viralizou e já soma mais de 800 mil visualizações.Determinada a esclarecer o caso, ela foi à Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas, também em Belo Horizonte, onde descobriu que o registro datava de 2010 e provavelmente havia sido feito pelo ex-companheiro, pai de seu filho. Mesmo assim, a personal trainer nunca chegou a ser procurada pelas autoridades.“Fiquei mais chocada ainda porque a polícia nunca veio atrás de mim, nunca tentaram me localizar”, desabafou.Depois de registrar a ocorrência e cancelar o boletim, Rafaela conseguiu seguir com o processo para emitir o documento do filho. Enquanto isso, sua vida seguia normalmente durante esses 15 anos em que estava “sumida” nos papéis: ela trabalhou com carteira assinada, concluiu a graduação, tirou a habilitação e até emitiu uma nova identidade no Paraná.