O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (28) que, a partir de sexta, a Receita Federal enquadrará as fintechs como instituições financeiras. Isso fará com que essas empresas tenham as mesmas obrigações de informar suas movimentações financeiras que os grandes bancos do país.Em fala a jornalistas depois de entrevista coletiva para detalhar operações contra o envolvimento do crime organizado no setor de combustíveis, que apontou o uso de fintechs na lavagem de recursos ilícitos, Haddad disse que a medida aumentará o potencial de atuação da Receita Federal para, em conjunto com a Polícia Federal, desvendar esquemas de lavagem de dinheiro.O ministro afirmou que a mudança se dará por instrução normativa, para aumentar poder de fiscalização e identificar esquemas de lavagem de dinheiro utilizados pelo crime organizado.Mudança para fintechs vem após megaoperação na Faria LimaNesta quinta-feira (28), a Receita Federal, em conjunto com diversas instituições policiais e o Ministério Público de São Paulo, deflagrou uma operação histórica — considerada a maior já realizada no país em termos de cooperação institucional — para desarticular uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis ligada ao crime organizado, em especial o Primeiro Comando da Capital (PCC).LEIA TAMBÉM: O dinheiro que trabalha para você! Veja como receber uma carteira para buscar geração de renda passiva, de forma prática e gratuítaA operação, batizada de Carbono Oculto, identificou cerca de 40 fundos de investimento multimercado e imobiliário como canais de ocultação de recursos ilícitos, muitos deles com cotistas únicos, desenhados para dificultar o rastreamento e acesso às informações pelos órgãos fiscais.O esquema financeiro estava fortemente integrado à cadeia de combustíveis: entre 2020 e 2024, cerca de 1.000 postos de combustíveis vinculados ao PCC movimentaram R$ 52 bilhões, com sonegação fiscal estimada em R$ 7 bilhões.Parte dos recursos sujos era canalizada por meio de fintechs que operavam como “bancos paralelos”: apenas uma dessas instituições movimentou mais de R$ 46 bilhões nesse período.*Com informações da Reuters