Terapias complementares não funcionam para autismo, afirma estudo

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Após uma grande revisão quantitativa de pesquisas sobre tratamentos complementares para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), pesquisadores franceses e ingleses não detectaram nenhuma evidência robusta para recomendar seu uso. Os cientistas também identificaram uma ausência de avaliações na segurança das terapias.Foram analisados 19 tipos de tratamento, como métodos terapêuticos com animais, acupuntura, fitoterapia, musicoterapia e o uso de probióticos e vitamina D. Leia também Saúde Autismo sindrômico: mãe conta como é rotina de filho com mutação rara Vida & Estilo Arquiteta mostra como criar quarto inclusivo para crianças com autismo Saúde Por que algumas pessoas com autismo andam de forma diferente? Saúde Estudo sobre autismo identifica 4 subtipos diferentes do transtorno Ao todo, a equipe de pesquisa avaliou 248 meta-análises, incluindo 200 ensaios clínicos sobre tratamentos alternativos para o autismo, com cerca de 10 mil participantes. Os cientistas tentaram investigar a eficácia e segurança das medicinas complementares, alternativas e integrativas (MACIs) utilizadas para tratar o autismo.“Em vez de analisar ensaios clínicos individuais, revisamos todas as meta-análises disponíveis, que são uma compilação de muitos ensaios clínicos. Isso nos permitiu avaliar todo o conjunto de evidências em diferentes tratamentos”, explica o principal autor do estudo, Corentin Gosling.Após a avaliação, alguns tratamentos demonstraram potencial, mas a maioria apresentava evidências fracas em relação aos efeitos da terapia. Outro ponto preocupante foi a falta de avaliação de segurança dos MACIs. Menos da metade passou por testes de aceitabilidade, tolerabilidade ou eventos adversos.A pesquisa foi realizada pela Universidade de Paris Nanterre e Universidade Paris Cité, ambas na França, e a Universidade de Southampton, no Reino Unido. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Human Behavior nesta quinta-feira (28/8).9 imagensFechar modal.1 de 9Arte/Metrópoles2 de 9Arte/Metrópoles3 de 9Arte/Metrópoles4 de 9Arte/Metrópoles5 de 9Arte/Metrópoles6 de 9Arte/Metrópoles7 de 9Arte/Metrópoles8 de 9Arte/Metrópoles9 de 9Arte/MetrópolesTerapias complementares para autismoPessoas diagnosticadas com TEA possuem dificuldade para se comunicar e compreender como os outros pensam e se sentem. Incômodo com sobrecarga de informações sensoriais, ansiedade em ambientes desconhecidos e comportamentos repetitivos também são características da condição.Segundo um dos autores do artigo, Richard Delorme, a maioria dos pais busca tratamentos alternativos na esperança que eles possam ajudar sem causar efeitos colaterais indesejados. No entanto, é preciso estudá-los antes de concluir que são seguros.Ao final do trabalho, os pesquisadores ressaltaram a importância de investigações mais abrangentes para determinar a real eficácia dos tratamentos.Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!