No varejo, 3 em cada 10 trabalhadores trocaram de emprego no primeiro semestre

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O comércio varejista da capital de São Paulo registrou, no primeiro semestre deste ano, a maior taxa de rotatividade desde 2020. Um levantamento do Sindilojas-SP, sindicato que representa o setor, aponta que 30,3% – quase um terço – dos cerca de 600 mil trabalhadores ativos no final de 2024 trocaram de emprego entre janeiro e junho. O dado reflete um mercado de trabalho aquecido, em que as pessoas vão em busca de melhores oportunidades, e as características do setor, que muitas vezes é a oportunidade do primeiro emprego, avalia o presidente do Sindilojas-SP, Aldo Nuñez Macri. Para ele, a média salarial e as oportunidades de carreira também são barreiras enfrentadas pelo setor.Leia também: H&M no Brasil: onde serão as lojas e quais os preços? Para os varejistas, a alta rotatividade representa custos expressivos em recrutamento, treinamento e desligamentos, afetando principalmente aqueles que têm menor margem, como os micro e pequenos negócios.Fonte: Novo Caged / Sindilojas-SPArtigos usados e lojas de conveniência lideramEntre os setores analisados, as maiores taxas de rotatividade se concentram no comércio de artigos usados, com 53,1%, e nas lojas de conveniência, com 44,9%.Os demais setores estão com taxas acima de 35%. Lojas de produtos farmacêuticos homeopáticos; minimercados, mercearias e armazéns; lojas de variedades; cosméticos e perfumarias; e lojas de doces estão com rotatividade acima de 38% – ou seja, quase quatro a cada dez pessoas saiu do emprego no primeiro semestre deste ano.Fonte: Novo Caged / Sindilojas-SPSalários e carreira são barreiraDe acordo com os dados analisados pelo Sindilojas, o tempo médio de emprego do total destes desligados era de cerca de 18 meses; 52,8% eram mulheres, 87,5% haviam concluído o ensino médio e 55,5% tinham até 29 anos.Segundo Macri, embora a média de remuneração do setor seja de R$ 2.500, acima do salário mínimo, o presidente da entidade pondera que essa pode ser uma barreira para atrair e manter talentos, uma vez que os trabalhadores continuam de olho em oportunidades que possam pagar mais.Leia também: Todos os 5 grandes setores pesquisados tiveram criação de empregos em junho no CagedAlém disso, pequenas e médias empresas – que representam 95% dos varejistas de São Paulo – têm dificuldade em oferecer benefícios e oportunidades de crescimento de carreira, o que seria outro ponto fraco na retenção dos talentos, especialmente dos mais jovens. “As grandes empresas têm estrutura para dar um salário maior, um bom plano de saúde, mas as pequenas e médias não têm essa qualificação. Cada empresa tem o seu limite”, avalia.Para Macri, o desafio é manter os funcionários estabilizados na empresa, para que o varejo opere sem os altos e baixos da troca de mão de obra. “Nós aprendemos a fidelizar nossos clientes, agora temos que fidelizar os funcionários”, diz Macri.The post No varejo, 3 em cada 10 trabalhadores trocaram de emprego no primeiro semestre appeared first on InfoMoney.