O Parlamento da Índia aprovou uma nova legislação que proíbe os jogos de azar online, uma prática que, segundo dados do governo, leva cerca de um terço da população do país mais populoso do mundo a perder dinheiro todos os anos. A medida visa combater o vício, os prejuízos financeiros e os impactos sociais causados por plataformas que, segundo o governo, exploram falsas promessas de enriquecimento rápido.A nova lei, aprovada na quinta-feira (21/8) afeta diretamente sites de pôquer online e plataformas de esportes virtuais, os chamados fantasy sports. Aplicativos de críquete — esporte nacional na Índia — que operam nesse modelo patrocinam tanto a liga indiana de críquete (IPL) quanto a seleção nacional, o que torna a medida especialmente significativa para o setor. Leia também Na Mira Pedófilo preso no DF atraía crianças via redes sociais e jogos online Na Mira Adolescente que matou toda a família conheceu namorada em jogo online Celebridades Influencer Karol Digital movimentou R$ 217 milhões com jogos ilegais Mirelle Pinheiro McLaren e Porsche: influencer presa fez fortuna com jogo do Tigrinho De acordo com estatísticas oficiais, cerca de 450 milhões de indianos perdem, anualmente, um total estimado de US$ 2,3 bilhões (aproximadamente R$ 12,6 bilhões) em aplicativos de jogos de azar. Com a nova legislação sobre a “promoção e regulação dos jogos online”, qualquer pessoa ou empresa que ofereça esse tipo de serviço poderá enfrentar até cinco anos de prisão.“O objetivo da legislação é reduzir o vício, a ruína financeira e o sofrimento social causados por plataformas nocivas de jogos, que prosperam com promessas enganosas de riqueza fácil”, afirmou o governo em comunicado oficial.ExceçõesApesar da proibição, a lei prevê exceções para os e-sports e jogos educativos, que, segundo o governo, serão incentivados como parte da economia digital. O primeiro-ministro Narendra Modi declarou que a nova legislação “promoverá os e-sports e os jogos sociais online”, ao mesmo tempo em que “protegerá a sociedade dos efeitos nocivos dos jogos de azar virtuais”.Representantes da indústria de jogos online haviam solicitado uma abordagem alternativa, com regulamentação e tributação, argumentando que a proibição total poderia empurrar milhões de jogadores para plataformas estrangeiras e operadores não regulamentados, dificultando o controle e a fiscalização.Por outro lado, defensores da nova lei destacam os altos custos sociais associados aos jogos de azar, incluindo casos de vício extremo e suicídios. O governo também justificou a medida como parte de sua estratégia de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, alegando que plataformas de jogos de azar online podem ser utilizadas para fins ilícitos.Leia mais em RFI, parceira do Metrópoles.