TV 3.0 está saindo do papel (imagem: Jonas Leupe/Unsplash) Resumo O presidente Lula assinou o decreto que regulamenta a TV 3.0, novo padrão da televisão aberta no Brasil.A principal mudança será a substituição de números de canais por aplicativos individuais nas TVs.O novo padrão ATSC 3.0 vai permitir transmissões em 4K, com melhor som e interatividade, sem depender de internet para a qualidade.A implementação começará nas capitais em 2026 e deve atingir todo o Brasil em até 15 anos.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (27/08) o decreto que regulamenta a TV 3.0, a nova geração da televisão aberta no Brasil. A tecnologia, que começará a ser implementada nas capitais em 2026, promete evoluções na qualidade de imagem, som e, principalmente, uma mudança radical na maneira de acessar os canais.A principal alteração para o telespectador será o fim dos números dos canais. Com a TV 3.0, os canais serão acessados por meio de aplicativos individuais de cada emissora, em uma interface semelhante à que já existe nas smart TVs para acessar serviços de streaming.Os primeiros usuários devem desfrutar da nova tecnologia já na Copa do Mundo de 2026. A partir daí, a implementação seguirá um cronograma para cobrir todo o território nacional, que deve levar até 15 anos.Fim dos canais numeradosCanais serão disponibilizados em formato de apps nas TVs (foto: reprodução/João Paulo Souza)Uma das principais mudanças da TV 3.0 será a troca de canais. “Nos novos modelos, os canais serão acessados por aplicativos das emissoras, semelhantes aos botões para acesso às plataformas de streaming”, explica o Ministério das Comunicações em nota.Isso significa que, ao ligar a TV, o espectador verá um catálogo de aplicativos, que será chamado de DTV+. Nele, estarão os ícones das emissoras. Ao selecionar um app, o usuário terá acesso tanto à transmissão ao vivo (via sinal de antena) quanto a conteúdos sob demanda daquele canal, como novelas, séries e programas já exibidos. Ainda assim, segundo especialistas envolvidos no projeto, a troca rápida entre os aplicativos será mantida de forma semelhante ao “zapeamento” feito entre os canais numéricos. Imagem, som e interatividadeAlém da nova interface, a TV 3.0 promete um salto de qualidade técnica. O novo padrão adotado, o ATSC 3.0, permitirá a transmissão de imagens com resolução de, no mínimo, 4K, podendo chegar a 8K, com suporte a tecnologias como o HDR para melhor contraste e cores. A qualidade de som também deve ser aprimorada, buscando a experiência de “áudio imersivo”. É importante notar que esses benefícios de alta qualidade de imagem e som não dependerão de uma conexão com a internet. Entretanto, ela será necessária para destravar o potencial completo da nova tecnologia. Com a TV conectada, os aplicativos das emissoras poderão oferecer recursos interativos, como conteúdo personalizado, sugestão de programas, votação em tempo real em reality shows e acesso ao T-Commerce, que permite comprar produtos que aparecem na tela.TV 3.0 deve possibilitar interações ao vivo com conteúdo na TV (imagem: reprodução/TV Globo)Quando chega?A fase de preparação da TV 3.0 deve ser concluída ainda neste ano, com as primeiras transmissões começando nas grandes capitais no primeiro semestre de 2026. Assim como na transição do sinal analógico para o digital, haverá um período (longo) de adaptação. Inicialmente, os usuários precisarão adquirir um conversor compatível com a nova tecnologia para adaptar as TVs atuais. No futuro, a expectativa é que os novos televisores já venham de fábrica com o receptor da TV 3.0 integrado. Segundo apuração do G1, o governo estuda a possibilidade de distribuir conversores para famílias de baixa renda.Com informações da Agência Gov e Agência Brasil TV 3.0: nova geração da televisão aberta muda acesso aos canais