A franquia Skate sempre ocupou um espaço especial entre os fãs do gênero. Lançada originalmente em 2007, a série conquistou destaque ao trazer uma abordagem mais realista do skate digital — contrapondo a pegada arcade de Tony Hawk’s Pro Skater. Com três jogos lançados até 2010, a série acabou entrando em um longo hiato, o que deixou sua comunidade sem novidades por mais de uma década.Durante esse período, Skate se tornou quase um mito. Fóruns e redes sociais eram constantemente tomados por pedidos de uma sequência, mas a Electronic Arts permanecia em silêncio. A ausência prolongada, certamente, deu origem a memes, campanhas de fãs e até iniciativas independentes que tentaram ocupar o espaço vazio deixado pela franquia.Felizmente, o anúncio de um reboot em 2020 reacendeu a esperança — mas o projeto ainda parecia distante demais. Somente nos últimos meses, com a abertura de testes de Early Access e a divulgação de detalhes oficiais, a comunidade finalmente começou a vislumbrar o retorno de uma das séries mais pedidas da EA.A nova versão chega sob o simples título de Skate. Nada de números, subtítulos ou termos que remetam a continuidade direta. O objetivo é marcar um recomeço: um jogo que olha para o legado da franquia, mas também busca se adaptar ao cenário atual, com novas tecnologias, formatos e públicos.E após jogar a prévia do novo Skate, posso dizer que esse retorno tem um potencial bastante evidente. A EA parece ter encontrado um equilíbrio interessante entre autenticidade e acessibilidade — entregando um título que respeita a cultura do skate, mas que também é convidativo para quem nunca tocou na série.Skate ou Skate 4? Desenvolvedores falam sobre o grande retorno da franquiaA primeira dúvida que surgiu entre os fãs foi sobre o nome do novo jogo. Afinal, seria Skate 4 ou um reboot completo? Esses questionamentos também foram sanados em uma coletiva de imprensa que o Voxel participou recentemente com os desenvolvedores do jogo.Para Jeff Seamster, Chefe de Criação, a resposta é clara: “Não queremos que as pessoas olhem para este projeto como apenas uma sequência. É um recomeço. Por isso o nome é simplesmente Skate”.Segundo os desenvolvedores, a ideia foi construir uma experiência que respeite o legado dos títulos anteriores, mas que também tenha liberdade para evoluir sem ficar presa ao passado. “Queremos que o jogo cresça com o tempo. Não será um produto estático”, afirmou Mike McCartney, Produtor Executivo.Essa mentalidade também se reflete no modelo de distribuição. Skate será gratuito para jogar — e, embora tenha um sistema de monetização, ele será restrito apenas a itens cosméticos. Felizmente, a equipe reforça que não haverá conteúdos pagos que impactem diretamente a jogabilidade. “Tudo o que afeta a diversão e a progressão deve estar disponível para todos”, completou McCartney.O foco, portanto, é estabelecer Skate como uma plataforma viva e em constante evolução. Com atualizações, novos truques e áreas adicionais para explorar, a EA pretende manter a relevância do jogo por muitos anos à frente.Acessível e divertido: o novo Skate tem potencialA essência do gameplay continua sendo o Flick-It, sistema de controle baseado no uso do analógico para executar manobras. Agora, ele foi aprimorado para garantir mais precisão e fluidez, dando ao jogador maior sensação de controle sobre o shape. “O Flick-It é o coração de Skate. É o que torna a experiência única em relação a qualquer outro jogo do gênero”, destacou Deran Chung, Diretor Criativo Sênior.No meu primeiro contato, a curva de aprendizado foi perceptível. Nas primeiras tentativas, apanhei para acertar manobras — mas com prática, os controles se tornaram cada vez mais naturais.Esse processo de dominar o gameplay acaba sendo parte do charme de Skate, no fim das contas. Para quem vem de Tony Hawk’s Pro Skater, por exemplo, a estranheza inicial pode ser maior — mas a recompensa é clara: combos criativos e sessões viciantes quando tudo se encaixa.Outro grande acerto, inclusive, foi a inclusão de opções de controle alternativos, pensados justamente para os novatos de primeira viagem. Há modos mais simplificados que facilitam a execução de truques básicos — e isso funciona como uma boa porta de entrada para quem nunca jogou Skate.Pessoalmente, achei esse recurso essencial: como tive pouco contato com a franquia, me ajudou a pegar confiança até migrar para os controles tradicionais.Para apoiar essa curva de aprendizado, o jogo traz a Skatepedia, um guia digital que ensina desde as manobras iniciais até as técnicas mais avançadas do esporte.O recurso funciona como um manual acessível dentro do próprio jogo, servindo tanto para novatos quanto para veteranos que queiram explorar novas possibilidades.Outro ponto positivo é a sensação de realismo. Cada manobra exige o movimento correto do analógico, mas também depende do timing e da posição do skatista no cenário. Isso cria uma experiência autêntica, mas nunca punitiva. “Queremos que qualquer pessoa consiga se divertir, sem perder a profundidade que os fãs esperam”, explicou Seamster.No geral, a acessibilidade e o refinamento das mecânicas de gameplay dão ao novo Skate uma base muito sólida. É um jogo que respeita sua identidade, ao mesmo tempo que abre espaço para novos públicos na intenção de ampliar o alcance da franquia.Cultura do Skate nos games está mais viva que nuncaDesde sua origem, Skate sempre buscou refletir a cultura real do esporte. O novo jogo reforça esse compromisso ao construir um espaço social conectado.Até 150 jogadores poderão compartilhar o mesmo servidor — onde haverá encontros espontâneos e sessões coletivas de skateboard.Essa proposta vai além do simples multiplayer competitivo: a ideia é transformar o jogo em um hub social, onde skatistas digitais podem se encontrar, praticar manobras, explorar juntos e até mesmo colaborar em desafios. “Nosso objetivo é que Skate seja tanto um espaço social quanto um jogo”, afirmou McCartney.Ao mesmo tempo, a equipe destacou que colaborações externas só serão feitas com contexto e autenticidade para evitar transformar o jogo em um amontoado de crossovers aleatórios. Bem, é uma bela forma de preservar a essência do skate como estilo de vida e expressão cultural.Mapa de Skate é divertido de explorar e tem muitos desafiosSan Vansterdam é o grande palco da experiência. A cidade foi construída como um espaço vertical e mistura elementos realistas de urbanismo com áreas desenhadas para estimular a criatividade nas manobras. “Queremos que os jogadores sintam que estão explorando um espaço urbano real, mas ao mesmo tempo repleto de oportunidades para o skate”, explicou Chung.No meu teste, a exploração se mostrou realmente envolvente. Cada bairro de San Vansterdam oferece pontos de interesse únicos — desde praças largas até becos estreitos, todos com obstáculos pensados para desafiar diferentes estilos de jogo. Esses locais não apenas servem de cenário, mas também escondem segredos e recompensas extras.Certamente, os desafios espalhados pelo mapa adicionam boas camadas de progressão. Cumprir determinadas manobras em pontos específicos desbloqueia novas áreas da cidade — além de liberar músicas, conteúdos cosméticos e até elementos narrativos.Essa estrutura cria um ciclo natural de exploração e recompensa. O jogador é incentivado a voltar a áreas já conhecidas para buscar novos objetivos, sempre com a sensação de que ainda há algo a ser descoberto.Outro detalhe interessante é a forma como a cidade se integra ao multiplayer. Ao encontrar outros jogadores em tempo real, é comum que pequenos grupos se formem em determinados pontos — transformando um simples desafio em uma sessão coletiva espontânea. Isso me trouxe boas memórias de quando era jovem e me reunia com os amigos em alguma praça para andar de skate.Sistema de personalização e músicas trazem bons atrativos para o SkateA personalização também ganha destaque. É possível ajustar desde o visual do personagem até detalhes do shape — assim como rodinhas, adesivos e até o desenho das lixas.Além disso, todos os itens têm foco estético, reforçando a promessa dos desenvolvedores de não impactar o gameplay com microtransações.Esse sistema incentiva a expressão individual dentro do jogo. Assim como na cultura do skate real, onde o estilo pessoal faz parte da identidade do skatista, Skate busca refletir essa liberdade criativa em cada detalhe visual.Outro ponto relevante é a trilha sonora. Embora ainda não tenha sido totalmente detalhada, os desenvolvedores confirmaram que haverá uma mistura de estilos musicais para dialogar tanto com a tradição da franquia quanto com a cena musical da atualidade.Durante a prévia, já foi possível perceber que a música desempenha papel importante na imersão. Ao desbloquear novas faixas conforme os desafios são concluídos, o jogo cria um ritmo próprio para cada sessão — tornando a experiência ainda mais dinâmica e imersiva.Quando Skate será lançado?Durante a coletiva de imprensa que o Voxel participou, também fomos informados sobre a aguardada data de lançamento do game: depois de anos de hiato, o Acesso Antecipado de Skate será lançado de graça no dia 16 de setembro para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC (via Steam, Epic Games Store e EA App).Aos ansiosos, saibam que Skate retorna como um reboot ousado, que equilibra respeito à tradição e abertura para novos públicos se aventurarem no skate virtual. O título acerta ao manter o Flick-It como essência da jogabilidade, além de modernizar a fórmula com acessibilidade, multiplayer social e um mapa vibrante que mais parece um personagem principal.Mesmo em estágio de prévia, a experiência com o novo Skate já se mostrou divertida, viciante e com potencial de longa duração. Para veteranos, é a chance de reviver a magia da franquia em uma nova era — e para os novatos, é uma porta de entrada envolvente para o mundo do skate digital.Com Tony Hawk's Pro Skater 3+4 e o novo Skate, o esporte está muito bem representado nos games em 2025, não é mesmo? Pretende dar uma chance para o novo game da EA? Conte para a gente nas redes sociais do Voxel!