Intel: acordo com governo dos EUA pode afetar vendas internacionais

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Lip-Bu Tan, atual CEO da Intel (foto: divulgação) Resumo Intel alertou à SEC que a entrada do governo americano como acionista pode reduzir suas vendas internacionais;O acordo, fruto da conversão de US$ 11 bilhões em subsídios governamentais, dá 9,9% de participação aos EUA na empresa;CEO da Intel declarou que a companhia não depende de subsídios, mas considera estratégica a presença do governo americano como acionista.Poucos dias depois de o governo dos Estados Unidos anunciar uma participação minoritária na Intel, a empresa elaborou um documento sobre os riscos da parceria. O maior deles é o de o acordo reduzir o volume de negócios estabelecidos pela companhia com organizações de outros países.Todo acordo capaz de afetar as operações ou o valor de mercado de uma companhia de capital aberto deve ter seus riscos comunicados à SEC Securities and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, para fins de transparência, bem como para proteção dos interesses de acionistas ou investidores.Foi isso o que a Intel fez. Na sexta-feira (22/08), a administração Trump confirmou que o governo americano irá assumir 9,9% das ações da Intel.Um dos riscos apontados no documento é o de o acordo ser contestado ou até anulado em razão de mudanças no cenário político, o que poderia afetar negativamente o valor das ações da companhia.Entre os demais apontamentos, o mais alarmante envolve o aspecto das vendas internacionais. A Intel aponta o risco de a parceria com o governo americano reduzir o potencial da companhia de fechar negócios com organizações de outros países.Isso porque a presença do governo americano na Intel pode condicionar a empresa a regulamentações ou restrições que não existiriam se a companhia continuasse tendo uma operação totalmente privada.Operações internacionais são importantíssimas para a companhia. No ano passado, a Intel obteve 76% de sua receita com negócios internacionais. Para completar, a China contribuiu, sozinha, com 29% desse total.Secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ao lado de Lip-Bu Tan (imagem: reprodução/Howard Lutnick)CEO diz que Intel não precisa de subsídios do governo dos EUAEm um vídeo divulgado à parte em relação à documentação enviada à SEC, Lip-Bu Tan, CEO da Intel, declarou que a companhia não precisa de subsídios do governo dos Estados Unidos para manter as suas operações. Contudo, o executivo deu a entender que, para a companhia, é importante ter o governo americano como “acionista”.A menção a subsídios se deve ao fato de, ainda na administração Biden, a Intel ter sido beneficiada pela chamada Lei CHIPS, que oferece incentivos financeiros para que empresas de semicondutores desenvolvam e produzam chips dentro dos Estados Unidos.Para o governo de Donald Trump, os Estados Unidos deveriam ser mais beneficiados por acordos como o que foi fechado com a Intel. Nesse sentido, a participação que o governo americano terá sobre a Intel virá da conversão dos cerca de US$ 11 bilhões em subsídios governamentais que a empresa recebeu.Com informações de ReutersIntel: acordo com governo dos EUA pode afetar vendas internacionais