Trabalhadores estrangeiros impulsionaram economia da zona do euro, diz presidente do BCE

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O fluxo intenso de trabalhadores estrangeiros impulsionou a economia da zona do euro nos últimos anos, ajudando a compensar a redução das horas de trabalho e os menores salários reais, disse a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, neste sábado (23).A migração para a União Europeia elevou sua população a um recorde no ano passado, apesar do declínio dos nascimentos, mas os governos estão impondo restrições às novas chegadas em resposta ao descontentamento interno.Lagarde listou o aumento no número de trabalhadores de fora dos 20 países que compartilham o euro como um fator que sustentou a economia do bloco, apesar da crescente preferência por menos horas de trabalho e da queda nos padrões de vida em alguns setores.“Embora representassem apenas cerca de 9% da força de trabalho total em 2022, os trabalhadores estrangeiros foram responsáveis por metade do crescimento nos últimos três anos”, disse Lagarde, em discurso no simpósio anual do Federal Reserve (Fed) em Jackson Hole, Wyoming.“Sem essa contribuição, as condições do mercado de trabalho poderiam ser mais restritivas e a produção, menor.”SAIBA MAIS: Quer receber análises confiáveis sobre o universo cripto? Cadastre-se para receber a newsletter gratuita do Crypto TimesEla disse que a produção interna bruta na Alemanha seria cerca de 6% menor do que em 2019 sem trabalhadores estrangeiros e acrescentou que o forte desempenho econômico da Espanha desde o fim da pandemia de Covid-19 também deve muito à contribuição da mão de obra estrangeira.A população da UE atingiu um recorde de 450,4 milhões de pessoas no ano passado, à medida que a imigração líquida compensou o declínio natural da população pelo quarto ano consecutivo.Mas isso teve como custo a reação política dos eleitores locais, que têm se voltado cada vez mais para partidos de extrema direita.O novo governo da Alemanha, por exemplo, suspendeu os programas de reunificação familiar e reassentamento, na tentativa de recuperar o apoio dos eleitores atraídos pela Alternativa para a Alemanha.Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump intensificou as prisões de imigrantes ilegais no país, reprimiu travessias ilegais de fronteira e retirou o status legal de centenas de milhares de imigrantes desde sua posse.