Juros futuros fecham perto da estabilidade com agenda doméstica cheia

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As taxas dos DIs fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira (27), em linha com a baixa volatilidade nos rendimentos dos Treasuries, mostrando pouca reação a uma agenda doméstica carregada de indicadores e falas de autoridades econômicas.No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 13,96%, ante o ajuste de 13,98% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,28%, ante o ajuste de 13,3%.Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,61%, ante 13,587% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,805%, ante 13,768%. Leia Mais S&P 500 tem fechamento recorde antes de resultados da Nvidia Petróleo fecha em alta após estoques americanos caírem acima do esperado Criptomoedas: bitcoin opera em alta com pressão de Trump sobre juros A agenda nesta sessão incluiu falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad e a divulgação de uma série de dados econômicos.Em comentários durante um evento em São Paulo, Galípolo disse que a convergência da inflação à meta de 3% está ocorrendo de maneira lenta, ressaltando que a taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, deve permanecer por período prolongado nesse patamar.Já Haddad, em entrevista concedida ao UOL pela manhã, afirmou que a elite brasileira tem problemas com agendas progressistas e que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, colocado como possível candidato da direita à Presidência em 2026, é contra a taxação de super-ricos.Na frente de dados, o destaque ficou por conta do relatório do Caged, que mostrou que o Brasil abriu 129.775 vagas formais de trabalho em julho, em resultado abaixo do esperado em pesquisa da Reuters e o pior para o mês em cinco anos.Caged: mercado de trabalho reflete desaceleração da economia, diz professora | Money NewsAs falas das autoridades e os dados não foram suficientes para impulsionar as taxas de juros futuras para qualquer direção, com os agentes financeiros optando pela cautela.O movimento estreito das taxas dos DIs ocorreu na esteira da baixa volatilidade no mercado de juros dos Estados Unidos. O rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 2 pontos-base, a 4,238%.No cenário externo, as atenções continuaram voltadas à pressão que o presidente dos EUA, Donald Trump, vem exercendo sobre o Federal Reserve, em meio à sua tentativa recente de demitir a diretora Lisa Cook, gerando temores pela independência da instituição –ainda que o dia não tenha trazido novidades nessa frente.“O mercado de juros norte-americano reage à tentativa do presidente Donald Trump de demitir a diretora do Federal Reserve, Lisa Cook. A iniciativa de Trump é amplamente interpretada como interferência na condução da política monetária”, disseram analistas do Banco Pine em relatório.Trump também pressiona as autoridades do banco central a realizarem cortes imediatos na taxa de juros e já ameaçou demitir o chair Jerome Powell.Brasil tem a 2ª maior taxa de juro real no mundo após alta da Selic