Brasil sofreu mais de 500 mil ataques DDoS na primeira metade de 2025

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Entre janeiro e junho deste ano, a América Latina registrou mais de 1 milhão de ataques DDoS (negação de serviço distribuída). Mais da metade deles — 550.550 — aconteceram no Brasil, segundo levantamento da NETSCOUT. O número coloca o país como o principal alvo da região e um dos mais visados do mundo.Na média, o Brasil sofreu 3 mil ataques por dia, o equivalente a 126 por hora. No semestre anterior, haviam sido contabilizados 357.422 ataques. A nova alta mostra uma escalada significativa da atividade criminosa.Leia também: Mais de 70 apps com milhões de downloads distribuíam malware para AndroidO Brasil acumulou mais de 1 milhão de ataques entre janeiro e junho de 2025. (Fonte: NETSCOUT/Reprodução)Os ataques registraram picos de até 2 Tbps e 908 Mbps, distribuídos entre 22 vetores diferentes. Os principais foram:TCP ACKAmplificação TCP SYN/ACKAmplificação DNSTCP RSTTCP SYNUm ataque DDoS acontece quando criminosos sobrecarregam servidores ou redes com um volume massivo de requisições, tornando serviços online indisponíveis para usuários legítimos. Nesse contexto, os “picos” citados no relatório se referem à intensidade máxima registrada durante as ofensivas, medida em gigabits por segundo (Gbps) ou terabits por segundo (Tbps). Quanto maior o pico, mais difícil é para as defesas absorverem o tráfego malicioso.Quais são os principais alvos?Os setores mais atingidos pelos ataques DDoS foram telecomunicações, infraestrutura de computação e bancos. A lista detalhada da NETSCOUT mostra:Varejistas de eletrônicos e eletrodomésticos — 666 ataques (pico de 0,07 Gbps)Agências e corretoras de seguros — 718 ataques (pico de 72,23 Gbps)Atacadistas de equipamentos de escritório — 2.314 ataques (pico de 32,32 Gbps)Organizações religiosas — 3.034 ataques (pico de 27,32 Gbps)Transporte rodoviário de cargas gerais — 6.218 ataques (pico de 26,73 Gbps)Bancário comercial — 6.575 ataques (pico de 14,69 Gbps)Operadoras de telecomunicação com fio — 14.665 ataques (pico de 122,56 Gbps)Outras empresas de telecomunicação — 14.746 ataques (pico de 64,61 Gbps)Provedores de infraestrutura de computação — 32.817 ataques (pico de 126,84 Gbps)Operadoras de telecomunicação móvel — 170.637 ataques (pico de 429,63 Gbps)Quais são os principais atores maliciosos?De acordo com a NETSCOUT, o grupo hacktivista NoName057(16) foi o mais ativo no período. Responsáveis por centenas de ofensivas mensais, eles assinaram 475 ataques — número 337% maior do que o do segundo grupo mais atuante. As ofensivas tiveram como alvo setores de telecomunicações, transporte, energia e defesa, especialmente em países como Espanha, Taiwan e Ucrânia.“As campanhas hacktivistas vêm incorporando cada vez mais automação, infraestrutura compartilhada e táticas em evolução”, disse Richard Hummel, diretor de inteligência de ameaças da NETSCOUT. “As defesas tradicionais não são mais suficientes”, acrescentou.Hummel ainda destacou que o uso de IA generativa e de ferramentas como WormGPT e FraudGPT tem acelerado a sofisticação dos ataques. A desarticulação de grupos específicos pode reduzir temporariamente a atividade de botnets, mas nada garante que retornem.Confira: Denúncias de pedofilia crescem na internet após debate sobre 'adultização'Confira o relatório completo da NETSCOUT.Quer acompanhar mais notícias sobre cibersegurança e ameaças digitais? Siga o TecMundo no X, Instagram, Facebook e YouTube, e assine nossa newsletter para receber atualizações direto no seu e-mail.