Moraes amplia prazo para PGR se manifestar sobre denúncia contra Bolsonaro e Eduardo

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (26/8), a ampliação do prazo para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre possíveis descumprimentos das medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sobre eventual denúncia contra ele o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O novo prazo vence na próxima segunda-feira (1º/9).Inicialmente, a PGR, sob comando do procurador-geral Paulo Gonet, tinha até esta quarta-feira (27/8) para apresentar parecer. Na segunda-feira, Moraes havia concedido 48 horas para que a defesa do ex-presidente enviasse esclarecimentos ao STF.No despacho desta terça, o ministro também determinou que a polícia penal do Distrito Federal passe a monitorar presencialmente Bolsonaro, reforçando a segurança diante de um “renovado risco de fuga”, segundo o próprio tribunal.Entre as questões que devem ser analisadas pela PGR estão: o descumprimento das cautelares, o agravo apresentado pela defesa contra a prisão domiciliar e o relatório final da Polícia Federal sobre obstrução das investigações.A Polícia Federal apontou, na última semana, suposto descumprimento das medidas pelo ex-presidente, no mesmo relatório que indiciou Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.A defesa nega que o ex-presidente tenha planejado pedir asilo à Argentina e sustenta que nunca descumpriu as medidas, classificando o material produzido pela PF como “lawfare”, termo usado para definir perseguição judicial com fins políticos. Leia também Brasil Vigilância de Bolsonaro: Moraes quer posição da PGR sobre pedido da PF Brasil PF diz a Moraes que uso de tornozeleira não evitaria fuga de Bolsonaro Brasil PF pede a Moraes vigilância 24h dentro da casa de Bolsonaro Brasil Pedido de asilo a Milei reforçou decisão do policiamento a Bolsonaro EntendaA Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais.A PF concluiu as investigações que apuraram ações de coação no curso da Ação Penal n° 2668, em trâmite no STF. O processo tem como alvo suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida no Brasil entre 2022 e 2023.O indiciamento ocorre em meio às sanções dos Estados Unidos a autoridades brasileiras e à pressão do governo de Donald Trump, que classificou a ação contra o ex-presidente como uma “caça às bruxas”.6 imagensFechar modal.1 de 6O ex-presidente Jair BolsonaroVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto2 de 6Jair BolsonaroHugo Barreto/Metrópoles3 de 6Jair Bolsonaro será julgado por tentativa de golpe de Estado Breno Esaki/Metrópoles4 de 6VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto5 de 6Jair Bolsonaro chora durante celebração evangélica no Distrito FederalVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto6 de 6Ex-presidente chorou diante das câmeras na igrejaVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.fotoMais cedo, nesta terça-feira, Moraes determinou o reforço no policiamento nas imediações da casa de Bolsonaro. A decisão atendeu a pedido da PGR, feito após solicitação do líder do PT, deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).Na solicitação, Lindbergh destacou o eventual risco de fuga de Bolsonaro, incluindo a possibilidade de tentativa de refúgio na Embaixada dos Estados Unidos. O documento do parlamentar foi endereçado à PF, que o encaminhou, em seguida, ao STF, e houve recomendação favorável da PGR.