A popularidade do consórcio cresce a cada mês no Brasil e, apesar do produto ter contratos de longa duração, a maioria das contemplações de consórcios acontecem por meio de lances, isto é, por meio do pagamento de uma fatia maior da dívida para a antecipação do recebimento da carta de crédito – que possibilitará a aquisição de um bem, como um imóvel ou um carro. Mas será que dar lance rápido para ser contemplado é uma boa estratégia?Em 2024, houve 1,68 milhão de contemplações de cotas ativas, um aumento de 5,6% em relação a 2023. Deste total, 78,3% foram por lances, representando um crescimento de 1,8 pontos percentuais em comparação a 2023 e um recorde histórico na proporção. O aumento geral nas contemplações foi impulsionado por um crescimento de 8,0% nas contemplações por lance, enquanto as contemplações por sorteio caíram 2,5%.Os consórcios oferecem modalidades diferentes de lances, que variam de acordo com cada administradora e até entre grupos. As mais tradicionais são o lance livre, quando o consorciado escolhe um valor e oferece, respeitando o mínimo estabelecido; o lance fixo, tradicionalmente fixado em 30% do valor da carta de crédito; e o embutido, quando o consorciado oferece uma parte da sua carta de crédito como lance, com a consequência de redução do valor de crédito final. Leia mais: Você conhece os custos do consórcio? Veja os principais e como são calculados A importância da maturidade e saúde do grupoA estratégia de dar lance depende muito do estágio do grupo de consórcio, segundo Ricardo Moura, COO da W1 Consultoria.O especialista explica que existem dois tipos de grupos: os que estão em formação e os que já estão em andamento. “Um consórcio que o grupo está em formação, como regra, vai demorar mais para contemplar e vai exigir lances mais alto. Já em grupos mais maduros, com 20 ou 30 meses de funcionamento, entrar e dar lance no primeiro mês pode fazer todo sentido”. Além disso, Moura destaca a saúde financeira do grupo como fundamental para o número de contemplações, reforçando a importância de escolher boas administradoras e parcerias confiáveis. “O que faz o grupo ter mais contemplações do que menos é o quanto dinheiro esse grupo tem disponível, que tem a ver com a saúde do grupo, o nível de influência dos clientes e a gestão do grupo”.Consórcio: uma estratégia de longo prazoO consórcio não é indicado para quem tem pressa e deve ser encarado com um horizonte de necessidade financeira de pelo menos três anos, e não como uma solução imediata, segundo o especialista. Para Moura, o consórcio não é uma boa estratégia de curto prazo porque não há garantia de quando o participante será contemplado, independentemente da rapidez ou valor do lance. “Eu nunca vou ter como saber quando eu vou ser contemplado”.Leia mais: Consórcio pode ser ferramenta para investidores capitalizados, dizem especialistasLuiz Augusto Valerio, Sócio e Diretor Comercial Nippur Consórcios, complementa que o consórcio é pensado para médio e longo prazo, e que a estratégia de dar lance deve estar alinhada ao planejamento financeiro do cliente – como em um cenário de juros altos, quando manter parte do capital aplicado e usar uma outra parcela menor para dar um lance pode ser vantajoso, uma vez que, se contemplado, o consorciado que deseja adquirir um bem, como um um imóvel, acessa a carta de crédito e realiza a compra sem ficar completamente descapitalizado ou perder o potencial de rendimento da sua carteira de investimentos.The post Dar lance no consórcio vale a pena ou não? E existe uma data certa? Confira appeared first on InfoMoney.