Rodrigo Santoro, 50, encara novo papel no longa-metragem brasileiro “O Último Azul”. Em entrevista à CNN, o ator destacou que a obra propõe um olhar diferente sobre a masculinidade, fugindo de estereótipos e trazendo reflexões sobre afetos, fragilidades e relações contemporâneas. O filme estreia nos cinemas na quinta-feira (28).A trama de “O Último Azul” é situada na Amazônia, em um Brasil distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional onde vão “desfrutar” seus últimos anos de vida. Em "O Último Azul", envelhecer é etapa cheia de vida; conheça obra premiada "Guerreiras do K-Pop" se torna o filme mais assistido da Netflix Veja o que chega aos cinemas e aos streamings na última semana de agosto A obra busca traçar um retrato sensível do envelhecimento, mas, como ressalta Santoro, pode ir além.“Eu fui arrebatado pela história, o tema que faz a gente pensar sobre o que é o envelhecer e como a gente lida com isso, como nos relacionamos com os idosos em sociedade. Temos uma protagonista que quer viver, é exatamente um olhar na contramão do que normalmente nós fazemos com os idosos. Isso é uma coisa do capital, em que quem produz, tem produtividade e performance é importante e quem não tem é colocado de lado”, começou o ator.“O roteiro é lindo, meu personagem é lindo, ele sofre de amor por estar longe da amada. Não estamos acostumados a ver a figura do masculino nesse lugar. O Cadu é esse homem que está com o coração em luto e, a partir do encontro que tem com Teresa, a personagem da Denise, tem uma experiência encantada e sobrenatural na floresta amazônica. Eles vão descobrir os caminhos que eles devem seguir e, no caso do Cadu, é ele assumir as suas próprias fragilidades e ter que lidar com isso.”“Me pareceu uma forma de representar a masculinidade de forma muito original e importante”, concluiu Santoro.Antes de seu exílio compulsório, Tereza (Denise), uma mulher de 77 anos, reflete sobre as coisas que ainda tem vontade de fazer, já que se considera “cheia de vida” e plenamente capaz de viver a vida com o restante da sociedade.Tereza, então, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo. Mais do que retratar a passagem do tempo, “O Último Azul” convida o público a refletir sobre a importância de dar espaço e voz a quem muitas vezes é invisibilizado e considerado “incapaz” — e que o ato de envelhecer não deve ser tratado como o fim da linha.Adanilo e a atriz cubana Miriam Socarrás completam o elenco.Obra premiada“O Último Azul” foi premiado com o Urso de Prata, do Grande Prêmio do Júri, na 75ª edição do Festival de Berlim, um dos maiores do evento.O longa participou do Shanghai International Film Festival, na China, com a presença do diretor, além de ter sido o filme de abertura da 53ª edição do Festival de Cinema de Gramado, no Palácio dos Festivais, em Gramado, no Rio Grande do Sul.“O Último Azul” também recebeu dois prêmios no Festival de Guadalajara, no México: Melhor Filme Ibero-Americano de Ficção e o Prêmio Maguey de Melhor Interpretação para Denise Weinberg.Assista ao trailer de “O Último Azul”O ÚLTIMO AZUL | Trailer Oficial