Um planeta anão, gélido e localizado entre Marte e Júpiter, dentro de um cinturão de asteroides, segundo a NASA, pode ter oferecido condições habitáveis no passado.A nova pesquisa feita pelo órgão espacial dos Estados Unidos “descobriu que Ceres pode ter tido uma fonte duradoura de energia química”, com os tipos certos de moléculas para alimentar microrganismos.Estudo da NASA afirma que Ceres, no passado remoto, pode ter suportado vida microbiana. Crédito: NASA / JPL-Caltech / UCLA / MPS / DLR / IDAA pesquisa baseada nos dados enviados pela Missão Dawn pode corroborar com teorias que indicam que o planeta anão deve ter tido as condições necessárias para manter vidas unicelulares.Rochas liberavam calor enquanto se decompunhamConforma explica a matéria da BBC, citando o estudo, há cerca de 2, 5 bilhões de anos as rochas nas profundezas de Ceres geravam calor enquanto se decompunham. Esse calor, então, pode ter aquecido a água sob a superfície e criado regiões quentes em formas de fontes termais.Comparativamente, na Terra, existem fontes termais semelhantes encontradas nas profundezas do oceano que suportam vida microscópica.Comparativamente, na Terra, existem fontes termais semelhantes encontradas nas profundezas do oceano que suportam vida microscópica. Crédito: Alex Bosoy, Design & Illustration, LLCNa Terra, quando a água quente do subsolo profundo se mistura com o oceano, o resultado costuma ser um banquete para micróbios, um banquete de energia química.Sam Courville, professor na Universidade Estadual do Arizona e principal autor do estudo em nota enviada à imprensa.Leia mais:Como o Sistema Solar surgiu? Novo planeta pode responderO estranho núcleo de Júpiter pode ter outra origem, revela estudoPor que Plutão deixou de ser planeta? Decisão polêmica completa 19 anosNos dados coletados pela Missão Dawn, surgiram indícios de um passado mais complexo. As manchas brilhantes e refletivas na superfície indicam que no passado remoto, depósitos de sal foram criados por um líquido que escoava para fora do subterrâneo. Além disso, as moléculas orgânicas também estariam presentes, mas faltava uma peça neste quebra-cabeça: a fonte de energia que faria Ceres suportar vida, afirma artigo no site Space, o que foi comprovado pelo estudo.Hoje, Ceres não tem condições de suportar a vida, mas estudo abre caminho para que outros planetas sejam estudados. Crédito: NASA/JPLSem aquecimento, sem água líquida e sem vidaHoje, seria impossível para qualquer ser vivo sobreviver no planeta anão. Ele está mais frio, com menos água e muito mais gelado que no passado. Além disso, não há calor suficiente para impedir que a água presente se congele.O estudo afirma que, provavelmente, Ceres “teria sido habitável entre meio bilhão e 2,5 bilhões a 4 bilhões de anos atrás, quando seu núcleo rochoso atingiu seu pico de temperatura e os fluidos quentes teriam sido introduzidos na água subterrânea”.Por meio de modelos computacionais, os pesquisadores da NASA simularam como seria o interior do planeta-anão ao longo do tempo e descobriram que, “entre 2,5 e 4 bilhões de anos, o decaimento radioativo no núcleo rochoso do planeta poderia ter gerado calor suficiente para impulsionar a atividade hidrotermal”.E, mesmo que a vida nunca tivesse prosperado em Ceres, a descoberta contribui para que novos estudos sobre ambientes potencialmente habitáveis sejam realizados, ampliando possíveis resultados positivos.O post Ceres pode ter sido lar de vida unicelular no passado apareceu primeiro em Olhar Digital.